O setor nuclear brasileiro tem vivido tempos de retomada nos últimos anos, especialmente por conta dos planos anunciados pelo governo para a construção de novas usinas de geração atômica no país. Além de fomentar os negócios dentro do setor de grandes empresas, o renascimento da indústria nuclear abre novas oportunidades também para toda a cadeia fornecedora, incluindo as companhias de menor porte. Nesse sentido, o Sebrae/RJ e a Associação Brasileira para Desenvolvimento das Atividades Nucleares (ABDAN) fecharam um convênio com a Eletronuclear para o encadeamento produtivo de pequenas e médias empresas. “Será um projeto de 18 meses que tem como objetivo atender companhias com pouca maturidade de gestão. A ideia é promover a aproximação dessas empresas com a cadeia de valor do setor nuclear. Ao todo, 60 companhias serão selecionadas para essa iniciativa”, contou o gerente do Sebrae-RJ, Renato Regazzi. O escopo do convênio abrange palestras da área de gestão, cursos presenciais e online, seminários sobre o setor nuclear, visitas técnicas à Eletronuclear, rodadas de negócios e consultorias na área de gestão, qualidade e liderança. “O resultado que pretendemos é aumentar em 15% a produtividade das empresas trabalhadas”, acrescentou Regazzi. A iniciativa faz parte do projeto de criação da “Rota Tecnológica do Setor Nuclear Brasileiro” – um mega cluster formado por empresas do segmento que estão localizadas em Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro.
No que consiste o cluster tecnológico nuclear?
Fizemos uma modelagem, junto com a ABDAN e parceiros, da estruturação do que seria o cluster nuclear do Brasil, abrangendo os estados São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Nesses estados, existe uma série de empresas que fazem parte da cadeia produtiva nuclear. São companhias como a INB e a Eletronuclear, além de toda a cadeia ligada à parte de medicina nuclear. Esse cluster projeta o Brasil como uma potência em crescimento no que diz respeito às tecnologias energéticas e médicas na área nuclear. Isso é muito bom para todos nós, pois temos uma população com demandas crescentes em energia e saúde.
Qual a importância da formação desse cluster?
Muitos países estão revendo as suas matrizes energéticas, passando a incluir novas usinas nucleares em seus planos, como é o caso da França, por exemplo. Nesse contexto, o Brasil tem um programa nuclear há muito tempo e excelentes infraestruturas, que agora devem ser amplificadas. Com o anúncio da retomada de Angra 3, será possível ampliar a nossa capacidade de geração nuclear. Podemos vislumbrar também novas usinas, que já foram apontadas pelo governo federal. Para isso, precisamos ter a nossa cadeia produtiva bem desenvolvida, garantindo que nossa sociedade usufrua da energia e da riqueza gerada pelo setor nuclear.
Além de ser um cluster de altíssima tecnologia, a Rota Tecnológica Nuclear não está em apenas uma localidade, mas sim em três estados ao mesmo tempo, o que é uma grande mudança de paradigma na política de desenvolvimento de territórios e de clusters. Essa é uma das grandes novidades que trouxemos para o setor nuclear, que está modelando essa abordagem de rota tecnológica.
Quais os próximos passos do Sebrae e da ABDAN para a formação desse cluster?
Iniciamos recentemente um projeto de encadeamento produtivo para micro e pequenas empresas, dentro de um convênio do Sebrae/RJ e da ABDAN com a Eletronuclear. Será um projeto de 18 meses que tem como objetivo atender companhias com pouca maturidade de gestão. A ideia é promover a aproximação dessas empresas com a cadeia de valor do setor nuclear. Ao todo, 60 companhias serão selecionadas para essa iniciativa.
O foco será na região da Costa Verde, abrangendo Angra dos Reis, Mangaratiba, Paraty e Itaguaí. O projeto começará com um diagnóstico de maturidade dessas empresas, para avaliar como elas estão no processo de gestão e quais as necessidades que elas terão para atender aos requisitos da Eletronuclear. A partir daí, o Sebrae entra com uma trilha de conhecimento, seminários, palestras e cursos sobre gestão na área financeira, marketing digital, gestão empresarial, gestão de pessoas, liderança e qualidade da conformidade para atender aos requisitos do setor nuclear.
Qual será o escopo desse convênio e quais os resultados esperados?
Resumidamente, o escopo desse convênio abrange palestras da área de gestão, cursos presenciais e online, seminários sobre o setor nuclear, visitas técnicas à Eletronuclear, rodadas de negócios e consultorias na área de gestão, qualidade e liderança. Tudo isso vai dinamizar o cluster nuclear. O resultado que pretendemos é aumentar em 15% a produtividade das empresas trabalhadas.
O objetivo é desenvolver microempresas e empresas de pequeno porte da cadeia de valor do setor nuclear, visando o pleno atendimento aos requisitos do cluster nuclear e a ampliação de negócios entre grandes e pequenas empresas da cadeia de valor, localizadas na rota tecnológica desse cluster.
Além desse convênio com a Eletronuclear, quais outras ações serão adotadas em prol do cluster tecnológico nuclear?
Teremos outras iniciativas, com projetos envolvendo a área de inovação aberta junto às grandes empresas. Além disso, teremos, com certeza, projetos também com a INB e com outras grandes empresas do setor nuclear para desenvolver fornecedores locais.
Fonte: PetroNoticias