Representantes de exportadores de grãos consideraram positivos os protocolos de exportação negociados com a China para exportar milho, farelo de soja, proteína de soja e polpa cítrica, apresentados na sexta-feira (5) pelo Ministério da Agricultura ao setor. Agora os terminais portuários, fábricas e empresas interessadas devem manifestar até o dia 19 interesse em exportar para a China, por meio de cadastros junto ao ministério. A pasta então poderá fazer a avaliação dos estabelecimentos e, na sequência, a recomendação para a Administração Geral das Alfândegas da República Popular da China (GAAC). Os adidos agrícolas darão apoio ao setor na busca de documentos oficiais chineses sobre classificação de milho e padrão de qualidade de farelo e proteína de soja na China.
“É um avanço bem positivo. Estamos falando de procedimentos que procuram se basear muito naquilo que já é feito, não são grandes surpresas, e trazem avanços em termos de abertura de mercado, transparência e clareza sobre prioridades fitossanitárias, quais são os principais pontos de preocupação”, disse o economista-chefe da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), Daniel Furlan Amaral. Amaral destacou a importância do cuidado no milho com pragas quarentenárias de preocupação para a China (são 18 listadas no protocolo) e com resíduos de animais para evitar salmonela no farelo. “Mas estamos falando de uma cadeia produtiva já bastante acostumada com padrões elevados de qualidade.”
O diretor-geral da Associação Nacional dos Exportadores de Grãos (Anec), Sérgio Mendes, disse que o protocolo para exportar milho à China é uma conquista para o setor e que as empresas associadas veem a China como um mercado promissor para o cereal. “O interesse exportador é dos maiores que eu já vi. Não sei quanto isso vai se traduzir em exportação, mas houve um interesse imenso em ter notícias do avanço do protocolo, não só agora, mas durante toda a negociação.”
Conforme Mendes, o documento “ficou o mais razoável possível”, tornando viável exportar milho para a China. Para tanto, o representante reforçou que não haverá tolerância para pragas quarentenárias. “Antes de tudo, reuniões de conscientização com o pessoal da área de campo vão ser muito necessárias”, disse Mendes, ponderando que a cadeia do milho tem sido receptiva para discutir possíveis ajustes. “Acreditamos que cumprir o que os chineses estão pedindo vai ser relativamente fácil. Apesar disso, vamos redobrar os cuidados com amostragem no recebimento dos caminhões, estocagem e logística”, disse.
Fonte: Estadao