O presidente do Instituto Pensar Agro (IPA), Nilson Leitão, disse que o agronegócio não pode se furtar de sentar com qualquer presidente que for eleito. “Primeiro, precisamos esperar o resultado do segundo turno. O agro tem que sentar com qualquer presidente que estiver no País porque há muitas questões para serem discutidas: logística, aberturas de mercado, comércio internacional. Após a eleição, seremos um Brasil só”, afirmou Leitão, que é ex-líder da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) e ex-deputado federal, em entrevista exclusiva ao Broadcast Político. “Hoje, o agro não é apenas um poder econômico. É uma entidade organizada. A preocupação do agro é que o País vá bem em qualquer situação”, acrescentou.
Na opinião de Leitão, os resultados do primeiro turno se aproximaram do que mostravam as pesquisas. “Os Estados produtores acabaram reforçando o resultado de Bolsonaro. Onde o agro não é tão forte continua o mapa como sempre foi, mas Lula virou na frente com 5 milhões de votos. Agora é aguardar e esperar o segundo turno”, observou.
Segundo Leitão, os eleitores que já declararam apoio a Bolsonaro vão continuar apoiando-o. “Vão continuar apoiando no sentido de buscar o resultado que todos querem ter. Será um trabalho muito mais individual do que de entidades”, afirmou. “Será um trabalho de cada um como cidadão. É um papel que vai continuar ocorrendo.”
Sobre qual será o redirecionamento dos votos do setor à senadora Simone Tebet (MDB), Leitão acredita em redesenho do cenário: “É um jogo novo. Não será apenas escolher o candidato à Presidência, mas será desenho considerando a conjuntura de cada Estado. Até quarta-feira, essa parcela do setor deve avaliar qual caminho tomar e decidir com muita cautela”, pontuou.
Leitão citou como assuntos prioritários para o agro no próximo governo a segurança jurídica da legislação, o direito à propriedade, o licenciamento ambiental que “trava” avanços logísticos, medidas para frear o elevado custo de produção do agro e alterações na política de crédito do Brasil. “São temas que podem ser melhorados. Estamos buscando uma nova política para ter crédito de fato e com acesso mais barato”, pontuou.
Congresso – Para Leitão, a grande novidade do agronegócio nesta eleição foi a eleição para o Senado. “Foi um alento porque elegemos de 10 a 12 senadores que tem mais peculiaridade com o setor, como Rogério Marinho (PL-RN), Tereza Cristina (PP-MT). No Senado, há sempre dificuldade para passar as pautas do setor. A nova configuração dá mais tranquilidade nisso. Agora, chegarão senadores eleitos com pouco mais de afinidade e conhecimento da base e da necessidade de melhorar o Brasil”, pontuou.
Fonte: Estadao
Clique AQUI, entre no grupo de WhatsApp da Visão Agro e receba notícias em tempo real.