As fortes chuvas de granizo nos últimos dias provocaram estragos nas lavouras, principalmente nas regiões Sul, Zona da Mata e centro-oeste de Minas Gerais. As culturas que mais tiveram impacto foram as de café, feijão, hortaliças e plantios de frutas (citros, caqui, nectarina, pêssego, ameixa e abacate), informa a Emater-MG em comunicado.
Os técnicos da extensão rural destacam que os agricultores devem, no momento, evitar qualquer atitude precipitada. “As plantas deverão apresentar lesões causadas pelas pedras e que são porta de entrada para doenças fúngicas e bacterianas. Recomendamos que procurem a assistência técnica da Emater para orientação da melhor forma de minimizar o problema. Não se precipitem em fazer podas, às vezes desnecessárias, ou usar produtos ‘milagrosos’. Não façam nada sem um acompanhamento técnico”, ressaltou no comunicado o coordenador técnico de Culturas da Emater-MG, Sérgio Brás Regina.
Os técnicos da Emater-MG estão em campo para fazer um balanço da área atingida. Um levantamento preliminar indica que, somente no sul de Minas, região com maior registro de perdas, foram mais de 20 municípios prejudicados, com destaque para São Gonçalo do Sapucaí, Três Corações, Cambuquira, Campanha, Turvolândia e Careaçu.
O diretor-presidente da Emater-MG, Otávio Maia, disse que uma força-tarefa realizará todo o mapeamento da extensão do efeito das chuvas de granizo. “Assim como ocorre nos momentos de geada e enchentes, vamos elaborar laudos gratuitos para os agricultores familiares atendidos pela Emater”, explicou.
Seguro e crédito rural – Outra recomendação importante feita pela Emater-MG é para os produtores que têm contrato de crédito rural junto às instituições financeiras, renovadas a partir de 1º de julho deste ano (safra 2022/2023): “Essas operações, principalmente aquelas do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), são cobertas pelo seguro do Proagro e Proagro Mais. O produtor tem um prazo de até três dias após o ocorrido para comunicar as perdas ao agente financeiro, que vai indicar qual profissional fará a vistoria da área afetada”, salientou o coordenador estadual de Crédito Rural da Emater-MG, Willem de Araújo.
Segundo o coordenador, o registro dos estragos feito por fotos também é importante para incluir no laudo técnico. “O produtor deve tirar fotos das lavouras e também das instalações de criações de animais que foram afetadas. Ele deve ter em mãos as notas fiscais de compra de insumos e documentos de análise de solo para que possa solicitar o prêmio do seguro”.
Já os produtores que contratam diretamente um seguro rural devem procurar imediatamente a seguradora para que seja encaminhado um perito que irá fazer a vistoria da propriedade. Em todos os casos, o produtor não deve fazer nenhuma intervenção na lavoura antes da vistoria, para que não haja prejuízos na comprovação das perdas ocorridas.
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