A adoção de políticas de governança vem avançando no campo e ganhando cada vez mais importância. Inicialmente a motivação pode vir de exigências do mercado em se relacionar (comprar, vender, contratar, estabelecer parcerias) com pessoas e empresas que tenham controles e práticas seguras de suas atividades, mas à medida que a implantação se desenvolve há uma melhora perceptível nas relações, sejam elas internas às empresas que adotaram as práticas de governança, mas também com todos os seus stakeholders.
De acordo com o Código de Melhores Práticas do IBGC, “Governança corporativa é o sistema pelo qual as empresas e demais organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre sócios, conselho de administração, diretoria, órgãos de fiscalização e controle e demais partes interessadas”.
“Governança” em uma empresa, está muito além de estabelecer um Conselho de Administração. É claro que o CA é parte importante, mas de nada adiantar ter conselheiros e reuniões periódicas se não houver uma vontade legítima dos agentes de governança em adotar princípios básicos para o seu sucesso, como transparência nas ações e responsabilidade corporativa.
Divulgação de dados econômicos e informações impostas pela legislação é uma obrigação. Transparência refere-se principalmente a comunicação dos valores organizacionais que servem de base para a decisão gerencial.
No processo de construção da governança, deve-se atentar para que haja um ambiente saudável onde seja possível debater todos os assuntos relevantes.
A divergência de opinião entre os membros do conselho é fundamental no processo decisório, mas como boa parte das empresas do agronegócio são estruturas familiares, conflitos de interesse podem se sobrepor às decisões estratégicas do negócio, tornando importante criar mecanismos de controle que protejam a organização.
Assim, deve-se empenhar um bom esforço no desenho e construção do Contrato Social. Esse instrumento estabelece o funcionamento da empresa, as responsabilidades dos conselheiros e determina regras importante como por exemplo o direito ao voto.
Toda empresa precisa ser viável economicamente e seus gestores têm a responsabilidade de conduzi-la da melhor forma em busca desse objetivo.
Mas é preciso também compreender que ela não existe sozinha, que ela está inserida em um contexto e que se relaciona com diferentes agentes internos e externos, afetando-os de diferentes formas. Ter responsabilidade corporativa é compreender essas interações e criar mecanismos de governança que minimizem os efeitos negativos e potencializem os positivos.
A adoção de boas práticas de governança bem como o estímulo de todos os seus clientes, parceiros e fornecedores para que também as adotem é o melhor caminho para organização busca mais que a sua viabilidade, busca a sua perenização.
Autor: Rodrigo Amoroso
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