O grupo Ultra, dono da distribuidora de combustíveis Ipiranga, ainda vê elevado grau de incerteza sobre os preços praticados no mercado doméstico e paridade de importação de gasolina e diesel, segundo o diretor financeiro e de relações com investidores da Ultrapar, Rodrigo Pizzinatto.
Esse cenário, combinado aos efeitos dos bloqueios em rodovias brasileiras após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições presidenciais, deve manter sob pressão as margens da distribuidora no quarto trimestre.
“Esperamos [na Ipiranga] níveis de rentabilidade próximos ao que foi reportado no terceiro trimestre”, afirmou. No período, a margem Ebitda ajustado recorrente da rede ficou em R$ 80 por metro cúbico, frente a R$ 134 por metro cúbico no segundo trimestre.
O executivo lembrou que, conforme o grupo havia antecipado, as margens no terceiro trimestre foram “mais pressionadas” em comparação ao intervalo anterior devido às reduções de preço anunciadas pela Petrobras, à redução da alíquota de ICMS e ao mercado mais ofertado, em meio ao aumento das importações de combustíveis.
“Ainda assim, houve importante liberação de capital de giro, o que contribuiu para o melhor ROIC [retorno sobre o capital investido] em dois anos”, ponderou. Os estoques na rede foram reduzidos de 16 dias para 10 dias.
A Ipiranga encerrou o trimestre com 6.940 postos, 70 a menos do que o visto em junho, em linha com a estratégia de depuração da rede. Apesar da redução, observou Pizzinatto, o efeito líquido dessa estratégia no volume de vendas foi positivo dada a maior qualificação dos postos.
O conselho de administração do grupo aprovou um investimento adicional de R$ 256 milhões na Ipiranga ainda neste ano, sobre o R$ 1,022 bilhão previsto inicialmente, diante da maior oportunidade de embandeiramento de postos.
Segundo o presidente da Ipiranga, Leonardo Linden, a aprovação dos recursos adicionais reflete o “ritmo positivo de crescimento da rede”. “Estamos fazendo negócios dentro do perfil que a gente idealizou”, comentou, referindo-se à incorporação de postos com maior retorno e não apenas galonagem.
Ao longo do tempo, indicou o executivo, a depuração da rede deve se refletir em melhora da margem Ebitda por metro cúbico da Ipiranga. “São negócios com retorno acima de 15%, então ao longo do tempo a gente espera que contribuam para a margem”, disse.
Fonte: Valor Econômico
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