O quadro político brasileiro que emergiu da última eleição foi fruto de uma intensa polarização política. Não por acaso, tivemos a disputa eleitoral mais acirrada desde a redemocratização do Brasil – uma diferença de pouco mais de 2 milhões de votos. Uma radicalização de ideias que perpassou os 4 anos do último governo e gerou um debate público rico em adjetivos, mas absolutamente carente de substantivos.
Desde a Pandemia da Covid – 19, o mundo sentiu as vulnerabilidades das cadeias globais de suprimento e a necessidade de os países redefinirem seu projeto de desenvolvimento. A Europa largou na frente com a apresentação do Pacto Ecológico Europeu, ou “Green Deal”, que estabelece um roteiro para a retomada do desenvolvimento do bloco e para a transição para um futuro mais sustentável. Na sequência, Estados Unidos e China passaram a redirecionar seus investimentos para acelerar a migração para um modelo de baixo carbono. Esse movimento impactará fortemente a economia mundial, e o Brasil não ficará à margem.
Era de se esperar que essa discussão estivesse presente na campanha presidencial, por ser fundamental para o futuro do País, mas infelizmente o tema nem de longe foi mencionado. Qual o papel do Brasil nessa nova ordem mundial? Qual o modelo de crescimento a seguir? Esse é um debate que precisa ser feito, urgentemente.
Se quisermos ser protagonistas dessa nova economia, precisaremos de um projeto de desenvolvimento, com uma proposta clara de onde queremos chegar e como direcionar os esforços para que os objetivos sejam alcançados. Um plano que nos ajude a superar uma estagnação econômica que penaliza o Brasil há, pelo menos, uma década.
Na última legislatura, o Congresso Nacional aprovou projetos fundamentais para a retomada do crescimento, como o novo Marco Legal do Saneamento, a BR do Mar, a Lei do Gás, a autonomia do Banco Central, Pagamento por Serviços Ambientais – PSA e Fiagro’s. Porém, são legislações com impactos localizados na economia – não foram pensados a partir de uma visão estratégica.
Para que o Brasil dê início a um ciclo virtuoso de crescimento, defendo que comecemos pelas reformas estruturantes, e, neste caso, pela mais importante: a Tributária. Uma regra fiscal mais justa e racional terá impacto em toda a economia, reduzindo custos, aumentando a competitividade no mercado interno e externo, atraindo mais de investimentos e, consequentemente, gerando mais emprego e renda. Pode inclusive ser um instrumento que direcione nossa economia para um modelo ainda mais sustentável de produção.
A implementação de políticas estáveis e duradouras, que vão colocar o País em outro patamar de desenvolvimento, dependerá, entretanto, de reconstruirmos um ambiente político em que prevaleça a busca pelo consenso. Como gosto de dizer: chegou a hora dos “Gladiadores” darem lugar aos “Construtores” – aos que tem a reconciliação como norte e buscam, constantemente, reduzir as tensões entre as instituições.
A recondução do deputado Arthur Lira à presidência da Câmara dos Deputados é um demonstrativo de que há vontade de se estabelecer convergências e maiorias, de construir pontes, de se fazer, enfim, a boa política. Não podemos deixar o radicalismo continuar contaminando o debate político no Brasil. É o momento de isolar as atitudes extremas e avançarmos em propostas que apontem para a retomada do crescimento.
Nesse momento, o Congresso Nacional precisa ser propositivo. Precisa reencontrar seu caminho como orientador do desenvolvimento social e econômico do nosso País;
Vou trabalhar para isso.
Deputado Arnaldo jardim
FONTE: Arnaldo jardim
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