Faltam quatro meses e uma semana para a COP28 e as 20 maiores economias do mundo ainda não conseguiram chegar a um consenso sobre a participação de combustíveis fósseis na matriz ou o papel de cada uma delas na transição justa.
Neste sábado, os ministros de Energia do G20 — países que juntos representam mais de três quartos das emissões globais de carbono e do PIB mundial — encerraram o encontro em Goa, na Índia com um comunicado dando indícios de quão difícil será chegar à cúpula climática da ONU, em novembro, com um acordo forte o suficiente para cortar emissões e limitar o aquecimento do planeta a 1,5°C até o final do século.
A expectativa era que o encontro agora em julho estabelecesse algumas bases para a COP28 sediada em Dubai, nos Emirados Árabes, e presidida por um CEO do petróleo.
Por enquanto, os pontos de convergência continuam os mesmos: segurança energética, acesso a energia, estabilidade do mercado precisam ser “promovidos simultaneamente” à transição.
Enquanto isso, o mundo já aqueceu 1,2°C acima da média pré-industrial e as emissões de gases de efeito estufa seguem aumentando, junto com o consumo de combustíveis fósseis, mas o acesso universal a energia está praticamente estagnado, com 675 milhões de pessoas sem eletricidade e 2,3 bilhões dependendo de carvão e lenha para cozinhar.
Logo no começo da declaração, os ministros destacam que deve-se buscar crescimento econômico e garantia do acesso à energia moderna para todos, “sem deixar ninguém para trás”.
“Também reconhecemos a necessidade urgente de avançar nas transições energéticas, por meio de vários caminhos (…) fortalecendo a implementação plena e efetiva do Acordo de Paris e sua meta de temperatura, refletindo a equidade e o princípio das responsabilidades comuns, mas diferenciadas e respectivas capacidades, à luz das diferentes circunstâncias nacionais”, diz.
Em jogo está a disputa por matérias-primas críticas, descentralização da cadeia produtiva de tecnologias de descarbonização, a liberdade para decidir quais estratégias fazem mais sentido em diferentes economias e, principalmente, quem financia.
Nayara Machado
Fonte: Agência epbr
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