Israel vem avançando suas exportações ao Brasil no setor de fertilizantes, na esteira da guerra da Ucrânia, que reconfigurou o setor ao redor do mundo. O abastecimento do Brasil então ganhou maior participação de alguns atores menores, como o estado judeu.
Do início do ano até setembro, a principal categoria de produtos importados de lá pelo Brasil foi a de adubos ou fertilizantes químicos. O setor correspondeu a quase metade de todos os produtos enviados por Israel ao país.
No entanto, a guerra em Israel até o momento não registrou impacto no setor, e a participação do país para a indústria brasileira é relevante apenas em alguns setores, de acordo com especialistas ouvidos pelo Money Times.
“A princípio, não está tendo nenhuma paralisação, nenhuma interrupção, então sem problema nenhum até o momento”, relatou Renato Francoso, consultor de risco para o setor de fertilizantes da Stone X. Ele afirmou também que a guerra não provocou mudança nos preços desses ativos.
Segundo Francoso, Israel é um player importante para o Brasil apenas em duas categorias do setor, que pode ser dividido em NPK (nitrogênio, fósforo e potássio).
O potássio, que seria o K da sigla, é onde Israel tem maior relevância para a indústria brasileira. “Em torno de 9% [de participação nas importações”, disse Sartori. Ele diz que o Brasil importou 1 milhão de toneladas no ano passado. “Israel foi o quarto principal fornecedor de potássio no Brasil no ano passado.”
Outro setor onde Israel tem presença é nos fosfotados, “principalmente no TSP e o SSP”, afirmou. Ele disse que, entre esses dois produtos, Israel exportou em torno de 500 mil toneladas para os dois produtos, o que dá em torno de 18% do que foi importado para o Brasil. Porém, considerando o MAP (Fosfatado de alto teor mais consumido no Brasil), o percentual cai para 7%.
Em relação aos nitrogenados, que tem foco na ureia, Israel tem baixa relevância, segundo Francoso.
Alta do petróleo pode impactar fertilizantes
Outro consultor de risco da Stone X, Rafael Sartori, avaliou que a alta do setor de petróleo, caso se mantenha, pode elevar o preço dos fertilizantes pelo impacto nos transportes. “Pode impactar o frete marítimo”, ressaltou.
Sartori apontou também que a alta do gás natural na Europa pode atingir, de forma indireta, os preços de nitrogenados.
“Para produzir ureia, precisamos da amônia, e, para produzir amônia, precisamos do gás natural”, explicou.
Fonte: Pedro Pligher / Money Times
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