O agronegócio brasileiro tem chamado a atenção da Arábia Saudita. Além de investimentos públicos e privados no Brasil, o país quer entender como desenvolver o agro em território nacional com a experiência brasileira.
“O setor privado [da Arábia Saudita] gostaria de aprender mais com o Brasil”, afirmou Abdulrahman Bakir, que é diretor-gerente do Ministério de Investimentos da Arábia Saudita nas Américas.
Apesar de ser composta majoritariamente por um deserto, o país árabe acredita que o trabalho agrícola realizado em diversos biomas do Brasil é uma grande fonte de conhecimento. O modo de produção também é reconhecido.
“O Brasil é a fazenda do mundo, então se você ver as maiores commodities que Arábia Saudita importa, o Brasil está entre os que mais produzem e exportam para ela”, afirmou Bakir.
A fala ocorreu na sexta edição do Fórum Brasil de Investimentos (BIF), promovido pela ApexBrasil em parceria com o governo federal.
No painel sobre agrorevolução, nesta terça-feira (8), o representante afirmou que o Ministério de Investimentos da Arábia Saudita se interessa em toda a cadeia do agronegócio no Brasil, desde a produção, o armazenamento, a logística, a comercialização e o processamento.
“Nós não estamos interessados em vir, fazer uma operação e sair. A ideia é vir e fazer parte de tudo. A cadeia de valor [do agronegócio] pode ser um parceiro forte para o Brasil”, concluiu.
Emily Rees, presidente & CEO da CropLife Internacional, também participou do debate e reconheceu a qualidade do “empreendedorismo agrícola” no Brasil.
A CropLife é uma entidade que reúne grandes instituições de pesquisas internacionais que trabalham em prol da sustentabilidade na agricultura. A presidente também elogiou a atuação reguladora feita pelo governo no agronegócio brasileiro.
“Temos aqui [no Brasil] regulamentações baseadas em ciência, com avaliações de impacto, que fazem com que possamos ter uma confiança no sistema regulatório brasileira e que também pode servir de exemplo para outros países”, afirmou Rees.
Compromisso brasileiro com a sustentabilidade
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, também participou do painel e reforçou o plano da pasta de incorporar 40 milhões de hectares ao agronegócio nos próximos anos sem desmatamento.
Isso deve gerar, segundo o ministro, mais oportunidades, empregos, garantia de produção de alimentos e crescimento econômico. Os impactos serão tanto no Brasil quanto no exterior.
“O Brasil sabe do seu compromisso com o mundo. O Brasil reconhece o seu potencial de produzir alimentos com qualidade, com sustentabilidade. E esta certamente é uma oportunidade ao mercado, aos nossos países e amigos, para que possamos juntos produzir cada vez mais, a preços acessíveis”, afirmou.
“Podemos ajudar o legado do presidente Lula, que ele diz que o sonho é ver o mundo sem fome. O Brasil pode ajudar, com certeza, nesse legado, mas sempre com respeito ao meio ambiente”, concluiu Fávaro.
Segundo o ministro, a intenção é intensificar a produção de alimentos sem destruir a natureza, principalmente as florestas.
“Este ativo brasileiro, as nossas florestas, é a garantia de que o clima estável garante o sucesso da nossa produção. Não podemos, não devemos e não queremos mais desmatamento no Brasil”, disse.
Fonte: CNN
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