Em novembro, a saca do cereal avançou 7,8% diante de preocupações com a safrinha
O mês de novembro foi marcado por uma alta nos preços do milho no Brasil, que até então vinham depreciados diante da estimativa de produção recorde em 2022/23. Segundo a Safras & Mercado, o valor médio da saca no país subiu 7,8% em novembro quando comparado com o mês anterior, para R$ 61,93.
Analistas disseram à Globo Rural que os preços ganharam impulso com os produtores olhando para o horizonte de perdas esperado para o milho safrinha em 2024.
“Os preços brasileiros do milho têm subido porque os produtores estão bem resistentes em vender. Eles acreditam em valores ainda mais altos nos próximos meses devido à redução da área na safrinha 2024 e a eventuais perdas de produtividade por plantio fora da janela”, destacou a analista da AgRural, Daniele Siqueira.
Com a valorização do milho no mercado interno, ela diz que os negócios acontecem de forma “picada”. Além disso, Siqueira acrescenta que os valores seguirão em patamares elevados, caso a produção de milho safrinha realmente tenha uma redução significativa de área.
O sócio da MD Commodities, Ismael Menezes, também credita a alta do milho aos problemas esperados para o início da semeadura no Brasil. Esse cenário jogou ainda uma pressão de alta nos prêmios, segundo ele.
“O apetite de venda [do produtor] ficou menor e deve seguir assim no primeiro semestre de 2024. Isso deve dar um impulso no valor dos prêmios, que hoje estão entre 60 e 70 centavos de dólar por bushel para agosto de 2024, mas podem chegar a US$ 1,30 US$ 1,40 por bushel no ano que vem. Algo bem provável de acontecer em virtude da redução de área e da produção, que deve cair 20 milhões de toneladas neste ciclo”, afirmou.
Entre as principais consultorias do país, já é dada como certa a redução de área e produção para o milho safrinha em 2023/24.
Para a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), os produtores deverão semear 16,4 milhões de hectares de milho safrinha em 2023/24, redução de 4,5% se comparado com o ciclo passado. Já a previsão de colheita indica um volume de 91,2 milhões de toneladas, queda de 10,7%.
Fonte: Globo Rural
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