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Epicentro de esquema do PCC na fraude dos combustíveis, Ribeirão Preto troca pujança pelo medo após operação

Redação Visão Agro por Redação Visão Agro
7 novembro, 2025
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Tempo de leitura: 8 minutos
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Cidade concentra usinas de cana-de-açúcar usadas em esquema de lavagem de dinheiro bilionária da facção criminosa, alvo da PF

A Usina Carolo, em Pontal, vizinha a Ribeirão Preto: propriedade foi comprada por Mohamad Mourad, o Primo, e Roberto Augusto da Silva, o Beto Louco — Foto: Edilson Dantas

A cidade de Ribeirão Preto, a 315 quilômetros da capital paulista, concentra 58 usinas por onde passam fatia expressiva dos mais de R$ 95 bilhões movimentados pelo setor sucroenergético do Centro-Sul do estado, empregando milhares de pessoas. Para o Ministério Público de São Paulo (MP-SP), as cifras impactantes atraíram a maior facção do país, que transformou o município com cerca de 700 mil habitantes no epicentro de um megaesquema criminoso que incluía a venda de etanol adulterado, fraudes fiscais e lavagem de dinheiro por meio de fintechs, passando por toda a cadeia produtiva do mercado de combustíveis. Conhecida pela pujança, a cidade convive agora com o receio de impactos das investigações na economia e até de possíveis retaliações, enquanto produtores que atuam dentro da lei tentam manter suas atividades intactas.

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No dia 28 de agosto, Ribeirão Preto foi palco de 23 dos 33 mandados de busca e apreensão cumpridos na macrorregião — que também abrange cidades como Pontal, Jardinópolis e Barretos — pelas operações Carbono Oculto, Tank e Quasar, desencadeadas pelo MP-SP em parceria com o Ministério Público Federal (MPF) e a Receita Federal. As investigações miraram a atuação do Primeiro Comando da Capital (PCC) no setor sucroalcooleiro paulista, em atividades ilícitas que teriam movimentado perto de R$ 54 bilhões. Segundo denúncia do MP-SP, a estratégia começava nas usinas de municípios da região e passava por distribuidoras, refinarias, transportadoras e armazéns de todo o estado até chegar a postos de combustíveis e a lojas de conveniência paulistas, sempre com o auxílio de fintechs e fundos de investimento.

Localizada a menos de uma hora de Ribeirão Preto, a Usina Carolo, em Pontal, é uma das apontadas como parte dos negócios fraudulentos. As denúncias indicam que ela foi adquirida há três anos por Mohamad Hussein Mourad, conhecido como Primo, juntamente com Roberto Augusto Leme da Silva, o Beto Louco. Foragidos, ambos são citados como líderes do esquema criminoso montado pelo PCC.

A estratégia da dupla seguia um roteiro definido. Primeiro, escolhiam usinas em dificuldades financeiras, como a Carolo, em trâmites com a Justiça para reordenar as finanças desde 2023. Ao todo, seis empreendimentos foram comprados nos últimos anos pelo grupo. As unidades, que juntas processam 16 milhões de toneladas de cana-de-açúcar por safra (cerca de 2% do total produzido na região), no início recebiam propostas vantajosas de investimentos até que, por fim, se viram obrigadas a transferir o controle das operações para a quadrilha.

Em seguida, o alvo passava a ser a terra plantada. O grupo, ainda de acordo com o MP, investia alto no arrendamento de áreas, pagando valores acima do mercado. A prática logo começou a chamar a atenção das demais usinas da região.

— A cana plantada tem um preço de mercado que todas as usinas respeitam, mas elas começaram a perder fornecedores. Havia usina que pagava de 15% a 20% a mais no quilo, em dinheiro vivo. Como alguém paga tanto a mais, elevando o custo de produção de 70% para 90%? A conta não fecha. Nesse momento os empresários do setor, anonimamente, começaram a denunciar essas usinas — afirma o produtor rural e consultor de agronegócio José Luis Coelho.

Com o domínio de usinas produtoras e dos insumos, vinha o terceiro passo da fraude. Após as denúncias, as autoridades verificaram que o etanol produzido nesses locais era enviado para distribuidoras como a Rede Sol Fuel, onde era misturado com metanol importado ilegalmente via Porto de Paranaguá, no Paraná. Batizado com a substância mais barata, o combustível saía para os postos como se fosse puro. A Rede Sol Fuel Distribuidora S.A afirmou que não teve acesso às investigações.

— Você acha que bandido vai comprar terra, plantar, esperar chover? Bandido não está produzindo etanol, pois se eles moem só 2% da cana-de-açúcar e estão comercializando 20% do combustível de uma região, de onde está vindo o resto? Todo mundo jogou o foco em cima do agro, mas o problema está na distribuição — pontua Coelho.

Entenda esquema do PCC envolvendo usinas de Ribeirão Preto — Foto: Editoria de Arte
Entenda esquema do PCC envolvendo usinas de Ribeirão Preto — Foto: Editoria de Arte O Globo

Receio de fechamento

Produtor rural há quase três décadas e um dos fornecedores da Carolo, o advogado Paulo Junqueira esteve recentemente com os principais acusados de chefiar o esquema criminoso do etanol no interior. Como possui contrato com a usina, ele foi a São Paulo conhecer a sede da empresa de Mourad, na Zona Leste da capital.

— Depois, fizemos um aditamento do contrato, e eles vêm cumprindo com as obrigações, assim como eu. Meu contato com ambos sempre foi comercial — argumenta Junqueira, que ligou para o parceiro depois que viu seu nome nos noticiários policiais. — Ele me atendeu e disse ser alvo de perseguição. Falei com ele normalmente.

Ao ser questionado sobre o fato de Mourad ser alvo de um mandado de prisão em aberto e estar foragido, o advogado afirmou desconhecer o processo. Procurada, a defesa de Primo e de Beto Louco não se pronunciou.

O produtor Paulo Junqueira mantém negócios com a Carolo — Foto: Edilson Dantas
O produtor Paulo Junqueira mantém negócios com a Carolo — Foto: Edilson Dantas

Paulo Junqueira é famoso na cidade pela amizade que tem com Jair Bolsonaro (o ex-presidente já esteve em sua fazenda, a São José, por seis vezes) e pelos caminhões e tratores pintados de verde e amarelo. Em meio ao imbróglio, ele admite o receio de fechamento das usinas implicadas nas investigações, em especial, no seu caso, a Carolo:

— A usina ajuda a movimentar a cidade. Se ela fechar, vai impactar diretamente mais de 2 mil pessoas. E, claro, vai afetar o meu negócio.

A reportagem do GLOBO esteve em Ribeirão Preto e em Pontal nas últimas quarta e quinta-feira. Na Carolo, a produção segue normalmente, com entra e sai de caminhões 24 horas por dia. Em Pontal, que fica a cerca de dez quilômetros dali, o temor da população com um possível fim das atividades também existe, pois boa parte dos quase 38 mil habitantes atua no setor. Contudo, apesar das investigações em curso, outras usinas investigadas também continuam operando sem restrições. Procurada, a Carolo não quis se pronunciar.

— Precisa ser muito cirúrgico e bloquear apenas o ilícito. A atividade lícita deve ser mantida. A Receita Federal nem tem interesse em intervir na atividade legal dessas usinas, até porque a perda de emprego tem consequências econômicas — esclarece a superintendente da Receita em São Paulo, Márcia Meng.

No centro da complexa engrenagem que permite à organização criminosa de Mourad operar e se expandir sobre o setor sucroalcooleiro, um nome se destaca no aspecto financeiro: a BK Instituição de Pagamento S.A. A fintech é acusada pelo MP de atuar como instrumento para movimentar, ocultar e dar aparência de legalidade a bilhões de reais de origem criminosa, conectando desde os chefes do esquema até operadores do PCC e as usinas adquiridas pela quadrilha.

A centralidade da BK no esquema é evidenciada pelo volume de transações. A instituição movimentou mais de R$ 17,7 bilhões em créditos e débitos com empresas apontadas como tendo ligações com a organização. Com sede localizada no centro de Ribeirão, a poucos metros do escritório regional da Receita Federal, a empresa continua funcionando normalmente. Procurada, a BK não se pronunciou.

Lei do silêncio

Desde as primeiras horas das operações da semana passada, não se falou em outra coisa nos grupos de WhatsApp de usineiros, fazendeiros e produtores menores de Ribeirão Preto. Conhecida como a “Califórnia brasileira” pelo calor e pela pujança econômica, a cidade, porém, experimenta uma espécie de “lei do silêncio” entre os empresários graúdos do setor sucroalcooleiro quando o assunto é comentar o tema de forma ampla e oficial.

— Estou fora desse assunto. E, se soubesse de alguma coisa, ficaria quieto — desconversou, com uma risada, um importante ator político e empresarial da região.

A União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica), principal entidade do setor, também preferiu não se manifestar.

Um dos motivos para nenhum usineiro falar é o medo. Tanto pelo fato de não querer “comprar briga” com o crime organizado quanto pelo receio de que suas propriedades possam ser alvo de incêndios suspeitos, como os ocorridos no ano passado. Em 23 de agosto de 2024, as regiões de Ribeirão e São José do Rio Preto viveram o pior dia da história das queimadas. Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foram 1.886 pontos de incêndio, com 78,5 focos por hora.

Das investigações em curso, duas resultaram em condenações de dois homens, um por incêndio em Batatais e outro por provocar queimadas em Franca. No primeiro caso, o causador, que chegou a dizer aos policiais que seria integrante do PCC, foi condenado a dois anos de prisão em regime fechado.

— Depois daqueles episódios, eu nunca mais mandei embora nenhum funcionário em época de seca, pois nossas brigadas conseguiram deter vários ex-empregados demitidos que retaliavam os patrões colocando fogo no canavial — diz um produtor que pediu para não ser identificado.

Por: Filipe Vidon, Sérgio Quintella e João Sorima | Fonte: O Globo

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