Os contratos futuros do açúcar encerraram a sessão desta terça-feira (10) com quedas leves nas bolsas de Nova York e Londres. O mercado sente pressão de um movimento natural de realização de lucros, da queda do petróleo, além de dados sobre o avanço de safra do Brasil.
O vencimento mais negociado do açúcar bruto na Bolsa de Nova York teve no dia desvalorização de 0,48%, a 27,05 cents/lb, com máxima em 27,24 cents/lb e mínima de 26,78 cents/lb. Em Londres, o primeiro contrato teve queda de 0,19%, negociado a US$ 719,70 a tonelada.
Depois de um início de semana de valorização, estendendo ganhos da última semana, os preços do açúcar passaram a cair com realização de lucros pela manhã. Além disso, o mercado sentiu pressão da queda de cerca de 1% do petróleo, já que as oscilações do óleo impactam no mix das usinas.
“Os preços mais baixos da energia podem pesar sobre o açúcar, levando as usinas a produzir mais adoçante e menos etanol, um biocombustível baseado na cana-de-açúcar”, destacou a agência de notícias Reuters.
As baixas no mercado também sentiram a divulgação no fim da manhã da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica). A produção de açúcar na segunda metade de setembro totalizou 3,36 milhões de toneladas.
Essa quantidade, quando comparada àquela registrada na safra 2022/23, de 1,7 milhão de t, representa aumento de 98,02%, segundo dados da entidade. Além disso, uma pesquisa da S&P Global Commodity Insights estimava uma produção de 3,22 milhões de toneladas de açúcar, 70% a mais que há um ano.
Ainda nos fundamentos, por outro lado, segue a atenção para as origens asiáticas. Apenas em Maharashtra, principal estado produtor indiano de açúcar, há um déficit de 9% no ciclo de monções deste ano, além de previsão de uma menor área colhida como um todo no país, segundo maior exportador global.
MERCADO INTERNO
Apesar da queda agora no exterior, os preços subiram forte nos últimos dias, o que garantiu suporte aos preços internos. No último dia 5 de outubro, o indicador Cepea testou o maior patamar nominal de toda a série histórica do Cepea, iniciada em 2003.
“O impulso aos valores internos veio dos elevados patamares das cotações externas do adoçante e também da valorização do dólar – ressalta-se que esse cenário sustenta a vantagem das exportações do açúcar sobre as vendas da commodity no mercado brasileiro”, disse o centro.
No último dia de negociação, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, ficou a R$ 156,92 a saca de 50 kg com baixa de 0,84%.
Já nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar ficou cotado a R$ 154,39 a saca – estável, segundo dados da consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB a US$ 28,09 c/lb com alta de 1,66%.
Fonte: Jhonatas Simião / Notícias Agrícolas
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