Agronegócio lidera os setores com maior crescimento e gera bons indicadores para a economia
Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu acima do esperado no primeiro trimestre. O bom desempenho da economia é atribuído, em grande parte, à recuperação da atividade agrícola.
Crescimento do PIB no primeiro trimestre
Na série com ajuste sazonal, o PIB do primeiro trimestre de 2023 cresceu 1,9% em relação ao último trimestre de 2022. O crescimento atingiu a marca de R$ 2,6 trilhões em termos monetários, superando as expectativas do Ministério da Fazenda, fazendo que economistas revisassem para cima a expectativa para o PIB anual.
Em relação ao mesmo período do ano passado, o PIB do primeiro trimestre apresentou um crescimento de 4%. No acumulado dos últimos quatro trimestres, o crescimento foi de 3,3%.
Os setores responsáveis pela puxada do PIB foram a agropecuária, com alta de 21,6% em relação ao último trimestre de 2022, e serviços, com aumento de 0,6%. A indústria manteve estabilidade (queda de 0,1%) e as exportações de bens e serviços apresentaram recuo de 0,4%.
Protagonismo do agronegócio
O resultado da agropecuária é um bom indicativo para o setor. O crescimento em relação ao último trimestre do ano passado era esperado, pois algumas das principais culturas do País, como a soja, têm produção concentrada no primeiro semestre, porém, os números foram acima do esperado. Em relação ao primeiro trimestre do ano passado, a agropecuária apresentou um crescimento de 18,8%.
A soja continua sendo o carro-chefe do agronegócio brasileiro; de acordo com o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), do IBGE, a commodity apresentou um ganho de produtividade de 24,7% na produção anual estimada. Outras culturas com ganhos relevantes foram o milho (8,8%), o fumo (3,0%) e a mandioca (2,1%). Por outro lado, o arroz apresentou uma queda de 7,5% no indicador.
Uma das explicações para o bom resultado do agronegócio são os problemas climáticos que impactaram as lavouras nos últimos anos. Depois de um período em que o fenômeno La Niña se estendeu além do esperado, as principais safras estão voltando à normalidade na maior parte do País.
As secas e geadas no Sul e Sudeste impactaram os resultados nos últimos anos, de modo que os números atuais podem dar a impressão de um avanço acima do normal na produtividade. No acumulado dos últimos quatro trimestres a agropecuária cresceu 6,0%, a indústria 2,4% e o setor de serviços 3,9%.
Rendimento dos trabalhadores brasileiros
Na primeira semana de junho, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) publicou o Retrato dos rendimentos do trabalho, de autoria do pesquisador Sandro Sacchet, que indica um crescimento no rendimento real dos trabalhadores brasileiros no primeiro trimestre de 2023. O estudo aponta uma renda média habitual de R$ 2,9 mil, aumento de 7,4% em relação ao mesmo período do ano passado. O valor se aproxima dos R$ 2.910 registrados em dezembro de 2019, antes da pandemia de covid-19.
O setor da agricultura registrou um aumento de rendimentos mais modesto do que a média do País, foram 6,7% no primeiro trimestre do ano. A desaceleração pode ser explicada, em parte, pelo forte aumento dos salários no campo no último ano. De acordo com dados do Retrato dos rendimentos do trabalho, a agricultura tinha apresentado um crescimento interanual que superou os 15% no último trimestre.
Os maiores aumentos de salário foram registrados entre trabalhadores de 25 anos a 39 anos com Ensino Superior. Os menores crescimentos foram para quem mora no Sul, em regiões não metropolitanas, quem tem mais de 60 anos e quem tem Ensino Fundamental completo.
Fonte: IBGE, gov.br, IPEA, Retrato dos rendimentos do trabalho – resultados da PNAD Contínua do primeiro trimestre de 2023
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