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Após incêndio, 563 trabalhadores de obra de usina de etanol de milho são resgatados em MT

Redação Visão Agro por Redação Visão Agro
8 agosto, 2025
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Tempo de leitura: 6 minutos
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Condições de trabalho na usina da 3tentos em Porto Alegre do Norte (MT) foram consideradas análogas à escravidão

Foto: divulgação Nova Cana

Uma força-tarefa composta pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e Polícia Federal (PF) resgatou 563 trabalhadores em condições análogas à escravidão na obra da Tao Construtora, em Porto Alegre do Norte (MT), a cerca de 1,3 mil km de capital.

As investigações, intensificadas após um incêndio que destruiu alojamentos no dia 20 de julho de 2025, revelaram um quadro de condições degradantes de trabalho na construção de uma usina de etanol da empresa 3tentos.

Segundo o MPT, os trabalhadores resgatados eram oriundos, majoritariamente, de outros estados, especialmente Maranhão, Piauí e Pará.

Em nota à imprensa enviada nesta quinta-feira, 7, a 3tentos informa que está acompanhando o caso envolvendo uma das empresas contratadas para a obra em Porto Alegre do Norte. “Adotamos uma série de ações para apurar os fatos e avaliar medidas cabíveis e estamos colaborando integralmente com as autoridades competentes”, afirma a companhia.

Além disso, a 3tentos acrescenta: “Prezamos pela dignidade de todas as pessoas envolvidas em nossas operações, sejam elas diretas ou indiretas. Práticas que violem os direitos humanos e trabalhistas são incompatíveis com os valores da companhia. Reafirmamos nosso compromisso com a transparência, a segurança e o respeito às pessoas em todas as nossas operações”.

Condições degradantes

Conforme o MPT, as inspeções realizadas pela força-tarefa nos alojamentos e locais de trabalho constataram condições degradantes e inúmeras violações às normas de saúde e segurança do trabalho.

Durante as audiências administrativas realizadas entre 30 de julho e 5 de agosto de 2025, foram ouvidos trabalhadores e representantes da empresa, cujos depoimentos confirmaram as violações dos direitos trabalhistas.

Conforme os relatos, as condições dos alojamentos eram “extremamente precárias”. Os trabalhadores dormiam em quartos superaquecidos, com apenas um ventilador para quatro pessoas, recebendo apenas um lençol fino para cobrir colchões usados e de má qualidade. Não eram fornecidos travesseiros, fronhas ou roupas de cama adequadas.

“A superlotação era evidente, com alguns trabalhadores chegando a dormir no chão, sob mesas, quando não havia camas disponíveis”, MPT

A situação se agravou nas semanas que antecederam o incêndio, quando problemas no fornecimento de energia elétrica se tornaram frequentes. A falta de energia causava a interrupção do bombeamento de água dos poços artesianos para as caixas d’água, deixando os trabalhadores sem água para consumo e higiene pessoal.

Os depoimentos ainda revelaram que, nos dias anteriores ao incêndio, os trabalhadores precisaram tomar banho com canecas e enfrentaram filas enormes para usar os banheiros, que estavam sujos devido à falta de água.

No dia do incêndio, a situação atingiu um ponto crítico quando a empresa foi obrigada a utilizar caminhões-pipa para buscar água do Rio Tapirapé, fornecendo água turva e inadequada para consumo nos bebedouros. A precariedade das condições de trabalho e alojamento, somada à falta de água e energia por dias consecutivos, criou um ambiente insustentável que culminou na destruição dos alojamentos masculino e feminino, parte da panificadora e da guarita de entrada.

“Revoltados, alguns trabalhadores queimaram os banheiros e depois os alojamentos. A Polícia Militar foi chamada e houve confronto. Como parte dos trabalhadores já estava dormindo, alguns sofreram queimaduras”, afirma a auditora fiscal do trabalho Flora Regina Pereira, coordenadora da operação, ao UOL. “Após esse incêndio, viemos verificar a situação e constatamos o trabalho análogo ao de escravo”, completa.

A empresa foi obrigada a alojar os trabalhadores em hotéis e casas alugadas na cidade. Foram registradas 18 demissões por justa causa, 173 pedidos de rescisão antecipada de contratos por prazo determinado e 42 pedidos de demissão. Cerca de 60 trabalhadores perderam todos os seus pertences pessoais no incêndio.

Pagamento “por fora” e aliciamento

Além das condições degradantes de alojamento e trabalho, as investigações revelaram graves irregularidades na jornada de trabalho, aponta o MPT.

Os trabalhadores eram submetidos ao sistema denominado “cartão 2”, em que laboravam além da jornada contratual de 8 horas e 48 minutos diárias, chegando a trabalhar até as 22 horas e aos domingos. Também foram registradas jornadas de 90 dias consecutivos, sem folgas.

As horas extras eram controladas em planilhas separadas e pagas em cheques ou dinheiro, “por fora” da folha de pagamento oficial, caracterizando sonegação fiscal e precarização das relações trabalhistas.

Os depoimentos indicaram que muitos trabalhadores foram aliciados por meio de intermediários em suas cidades de origem, pagando do próprio bolso as passagens para chegar ao local de trabalho, sendo os valores posteriormente descontados em seus salários. Aqueles que não passavam no exame médico ou não eram aprovados no processo seletivo ficavam sem recursos para retornar às suas cidades.

Larvas e moscas na comida

A alimentação fornecida também era inadequada e repetitiva, com trabalhadores relatando encontrar larvas e moscas na comida, além de alimentos requentados e deteriorados. O refeitório era quente e sem ventilação adequada, obrigando muitos trabalhadores a fazerem refeições em condições precárias.

As inspeções ainda revelaram graves violações às normas de segurança do trabalho no canteiro de obras. Os trabalhadores estavam expostos a condições insalubres, com refeitórios inadequados, locais de trabalho sem refrigeração e com excesso de poeira.

De acordo com o MPT, foram constatados acidentes de trabalho não registrados adequadamente, incluindo trabalhadores que sofreram lesões nas mãos e pés, além de doenças de pele causadas pelos produtos manuseados.

“A falta de equipamentos de proteção individual (EPIs) adequados e as condições precárias de trabalho colocavam em risco a saúde e segurança de todos os empregados”, MPT

Providências

As investigações da força-tarefa prosseguem com análise de documentos e não está descartada a necessidade de novas inspeções no local. A ação de resgate dos 563 trabalhadores exemplifica a importância do combate ao trabalho em condições análogas à escravidão e da fiscalização rigorosa das condições de trabalho em grandes obras de infraestrutura no país.

A empresa Tao Construtora possui atualmente quatro obras em Mato Grosso, empregando aproximadamente 1,2 mil trabalhadores, sendo a de Porto Alegre do Norte a maior delas.

O MPT está em processo de negociação de Termo de Ajuste de Conduta (TAC) com a empregadora, a fim de assegurar o pagamento das rescisões, indenizações por dano moral individual e coletivo, indenizações pelos gastos com o deslocamento para Mato Grosso, pagamento das despesas de retorno e alimentação às cidades de origem dos trabalhadores resgatados, além de reparações pelos bens materiais dos trabalhadores destruídos no incêndio.

Conforme informações obtidas pelo UOL, as rescisões ainda não foram pagas aos trabalhadores pela empresa. A Tao teria se comprometido a arcar com os custos de passagem e alimentação dos trabalhadores para retorno aos seus locais de origem, a devolver os valores cobrados indevidamente e a pagar R$ 1 mil por pessoa para ressarcir os pertences perdidos no incêndio.

O MPT também está atuando para garantir a correção de todas as irregularidades encontradas nos alojamentos e na obra.

Fonte: Nova Cana

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