Unidade em Passo Fundo vai produzir o biocombustível a partir do processamento de cereais como trigo, milho, triticale, arroz e sorgo
Be8 vai produzir etanol em Passo Fundo a partir do processamento de cereais como trigo, milho, triticale, arroz e sorgo REUTERS/Adriano Machado
A fabricante de biocombustíveis Be8 (antiga BSBios) vai anunciar nesta sexta-feira (4/8) os detalhes do projeto de construção de uma usina de etanol em Passo Fundo (RS), na qual a empresa investirá R$ 556 milhões. O aporte é ainda maior do que o que estava previsto no protocolo de intenções que, há pouco mais de um ano, a companhia assinou com o governo do Rio Grande do Sul para viabilizar o projeto. Na ocasião, a empresa falou em desembolsar R$ 316 milhões.
A unidade, que será a primeira do Estado a produzir etanol em larga escala, terá capacidade de suprir quase 25% da demanda do Rio Grande do Sul pelo biocombustível. Participarão da cerimônia em Passo Fundo o vice-presidente Geraldo Alckmin e o governador Eduardo Leite.
A usina vai produzir etanol anidro (que pode ser adicionado à gasolina) e também hidratado (para consumo direto) a partir do processamento de cereais como trigo, milho, triticale, arroz e sorgo. Segundo o cronograma da companhia, a planta entrará em operação em duas fases: na primeira, em 2024, a capacidade de processamento será de 750 toneladas de cereais ao dia e a produção de etanol, de 111 milhões de litros anuais; na segunda, prevista para 2027, a capacidade diária de processamento será de 1,5 mil toneladas e a produção, de 220 milhões de litros ao ano.
A planta também fabricará subprodutos, como farelo de cereais. A Be8 prevê a produção anual de 155 milhões de toneladas de farelo para a cadeia de proteína animal na segunda fase do projeto. A unidade deve gerar cerca de 140 novos empregos diretos e mil indiretos.
Baixa produção no Estado
Hoje, o Rio Grande do Sul produz menos de 1% da sua demanda por etanol. A nova fábrica, de acordo com a projeção da Be8, deve suprir 23% dessa necessidade a partir de 2027.
A empresa recebeu benefícios tributários (ICMS) para aquisições de fornecedores de máquinas e equipamentos industriais localizados no Rio Grande do Sul e importações de máquinas e equipamentos industriais. Os incentivos integram o Programa Estadual de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva do Etanol (Pró-Etanol) do Estado.
Além disso, nesta quinta-feira (3/8), o governador Eduardo Leite assinou um decreto que amplia a possibilidade de os produtores de etanol submetidos ao regime monofásico usarem créditos presumidos de ICMS. Com a alteração, agora é possível utilizar o benefício também para o etanol anidro.
Fonte: Globo Rural
Clique AQUI, entre no grupo de WhatsApp da Visão Agro e receba notícias em tempo real.