A BrasilAgro, líder na aquisição, desenvolvimento e venda de propriedades rurais com alto potencial de valorização, registrou lucro líquido de R$ 520,1 milhões na safra 2021/22 (exercício encerrado em 30 de junho de 2022), o que corresponde a um aumento de 64%, margem líquida de 26%, em comparação com a safra anterior 2020/21 (R$ 317,6 milhões).
A receita líquida totalizou recorde de R$ 1,5 bilhão, crescimento de 98% ante 2020/21 (R$ 748,718 milhões), sendo R$ 1,2 bilhão referente a comercialização de produtos agrícolas e R$ 316,2 milhões em venda de fazendas, conforme balanço divulgado ontem à noite (1º).
Mesmo com imprevistos com o clima, na Bahia e em Mato Grosso, que prejudicaram a produção de algodão e milho safrinha, os executivos da empresa destacaram o avanço de 59% do Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) das operações (R$ 496,6 milhões ante os R$ 312,6 milhões da safra passada). O resultado foi “reflexo da comercialização de 2,4 milhões de toneladas de produtos agrícolas”. O Ebitda ajustado total atingiu R$ 748,1 milhões, 105% maior que o aferido na safra 2020/21 (R$ 365,7 milhões), com margem 8 pontos porcentuais acima, passando de 30% para 38%.
Durante a última safra, a companhia vendeu duas propriedades, incluindo 3.723 hectares da Fazenda Alto Taquari, em Mato Grosso, a maior negociação já realizada pela empresa, totalizando R$ 589 milhões (valor nominal), dos quais R$ 329,7 milhões foram contabilizados nesse exercício e o saldo será reconhecido em 2024. No mesmo período, a BrasilAgro também vendeu 4.573 hectares de uma área na Bahia. No caso desta transação, o valor arrecadado foi de R$ 130,1 milhões (valor nominal). “Essas vendas, além de relevantes para a história da companhia, reforçam nossa tese imobiliária de geração de valor através da valorização do preço das terras”, diz trecho do balanço.
O balanço traz, ainda, a atualização do portfólio de terras da BrasilAgro, formado por 275.412 hectares, em seis Estados brasileiros, no Paraguai e na Bolívia. Ao longo da última safra, a empresa incorporou novas áreas arrendadas para produção. “O atual mix da área em produção, entre terra própria e arrendada, permite maior flexibilidade na gestão do portfólio e reduz a volatilidade do fluxo de caixa operacional”, explica o documento. Em valor de mercado, segundo a avaliação interna, as fazendas da BrasilAgro estavam avaliadas em R$ 3,3 bilhões em 30 de junho deste ano. O valor representa uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 23% no valor em reais por hectare nos últimos 5 anos.
No balanço, a BrasilAgro cita o aumento de custos em decorrência da crise global de fertilizantes, especialmente após a guerra entre Rússia e Ucrânia, e diz que “a estratégia da companhia em antecipar a compra dos insumos, se mostrou acertada”. Segundo a empresa, 74% dos agroquímicos comprados já foram entregues. “Mesmo com esse cenário, as margens continuam acima da média histórica. Vamos continuar investindo na operação e aumento de áreas, próprias e arrendadas e avaliando oportunidades de aquisições e vendas, mantendo a disciplina de capital”, diz trecho do relatório.
A companhia também informou que vai propor à Assembleia de Acionistas o pagamento de R$ 320 milhões em dividendos, R$ 3,12 por ação, totalizando R$ 520 milhões de dividendos em 2022, R$ 5,26 por ação.
Fonte: Broadcast/Agro