O consumo de carne bovina no mercado interno está enfraquecido nesta segunda quinzena do mês, o que vem contribuindo para a queda nos preços da proteína no mercado interno, aponta o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq-USP) em relatório. “Os preços mais atrativos das carnes concorrentes, como suínos e frango, também contribuem para este cenário”, acrescenta o Cepea.
“A menor liquidez no mercado atacadista da Grande São Paulo, por sua vez, acaba tendo reflexo no mercado de boi gordo, à medida que influencia frigoríficos a limitarem as aquisições de novos lotes de animais para abate, sobretudo as unidades que trabalham apenas com o mercado interno”, diz o Cepea. Segundo a entidade, nem mesmo as exportações brasileiras, que estão registrando bom desempenho, conseguem segurar os valores internos da proteína bovina.
No acumulado da segunda metade deste mês (de 14 a 27 de setembro), a carcaça casada do boi negociada no mercado atacadista da Grande São Paulo registra desvalorização de 1,22%, a R$ 19,45/kg nessa terça-feira, 27. A média da parcial de setembro (até o dia 27) da carcaça está em R$ 19,50/kg, quedas de 1,71% frente à de agosto e de fortes 10,35% em relação à de setembro do ano passado, em termos reais (valores médios mensais foram deflacionados pelo IGP-DI).
O Cepea lembra que o preço médio do boi gordo, neste mês, apresenta queda mais intensa que a observada para a carne negociada no atacado. Em setembro, o Indicador Cepea/B3 tem média de R$ 303,45, com baixas de 3,2% na comparação mensal e de 8,05% na anual, também em termos reais. “Com a arroba do boi para abate se desvalorizando mais que a carne de agosto em setembro, a atual diferença entre os valores médios desses produtos diminuiu”, aponta o Cepea.
Na média de setembro, o boi gordo (Indicador CEPEA/B3, mercado paulista) vem sendo negociado a R$ 9,45 por arroba acima da carne (carcaça casada, atacado da Grande São Paulo), a menor diferença desde novembro do ano passado, quando, vale lembrar, os preços do animal estavam em patamares menores, resultado da suspensão dos envios de proteína à China. De acordo com a entidade, como comparação, a diferença entre os valores do animal e da carne em agosto/22 era de R$ 14,29/arroba e, em setembro do ano passado, de apenas R$ 2,08/arroba, com vantagem para o boi para abate.
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