A moagem de cana do Centro-Sul do Brasil em 2023/24 (abril a março) deverá ficar entre 575 milhões e 595 milhões de toneladas, ante 550 milhões em 2022/23, disse nesta segunda-feira o chefe de trading de açúcar da chinesa Cofco, Mauricio Sacramento, durante evento em São Paulo.
Ele ponderou que a produtividade agrícola vai ser bem melhor do que a safra atual, acrescentando que o volume de Açúcar Total Recuperável (ATR) dependerá muito das chuvas, mas pode ser semelhante ao do ciclo 2022/23.
“[O cenário] trouxe uma faixa [para a moagem], mas a gente acredita que será em torno de 580 a 585 milhões [de toneladas]”, disse em evento do setor promovido pela consultoria Datagro.
A maior dúvida está relacionada ao total de cana que será direcionado para o açúcar ou o etanol, destacou.
“O mix [de produção] é a maior dúvida em relação à próxima safra, tem total relação com os impostos de combustíveis, cenários que podem ser mais altos ou mais baixos”, comentou ele, em referência a mudanças nos impostos no Brasil neste ano que influenciaram a competitividade do etanol frente à gasolina.
Segundo ele, o mix vai depender da continuidade ou não da isenção dos impostos federais de combustíveis a partir do ano que vem.
“Não vou opinar, não sabemos o que vai acontecer depois de domingo (data da eleição presidencial), muito menos como vai ser a legislação no próximo ano”, concluiu.
Os impostos federais PIS/Cofins para os combustíveis foram zerados neste ano, mas podem voltar em 2023, o que favoreceria uma produção maior de etanol.
De qualquer forma, com um aumento da moagem, a produção de açúcar e etanol tende a crescer ante 2022/23 em qualquer cenário, conforme os números da Cofco.
Com o retorno das taxas, a produção de açúcar cresceria menos, de 32,9 milhões de toneladas na safra atual para até 34,85 milhões de toneladas em 2023/24. Sem as taxas, poderia aumentar para até 36,65 milhões de toneladas.
Já a produção total de etanol, com o retorno das taxas, poderia aumentar de 29,5 bilhões de litros em 2022/23 para até 32,6 bilhões de litros na próxima temporada. Sem as taxas, subiria para até 31,6 bilhões de litros.
O executivo da Cofco disse que, em meio a problemas climáticos, o setor não vai conseguir moer todo o volume projetado para 2022/23, devendo sobrar cana “bisada” para ser processada no próximo ano.
Roberto Samora
Fonte: Reuters
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