Moeda dos Estados Unidos é a referência para muitos preços globais
O dólar americano é a moeda de referência para muitos preços globais. No agronegócio, seu impacto interfere em toda a cadeia produtiva. Entenda ponto a ponto:
Preço das commodities
Produtos como soja, milho, café, suco de laranja e açúcar têm suas cotações internacionais definidas por bolsas de commodities.
Quando o dólar sobe na comparação com várias moedas, o preço das commodities costuma cair. Isso acontece porque os compradores estrangeiros precisam gastar mais em moeda local para comprar a mesma quantidade de produto em dólar.
Ao contrário, quando o dólar recua, as cotações na bolsa sobem, porque os países compradores gastam menos em moeda local para adquirir os produtos.
Exportações e importações
Os produtos agrícolas brasileiros – negociados em bolsa ou não – ficam mais competitivos no mercado internacional quando o dólar cai em relação a outras moedas. Isso costuma aumentar as exportações. Por outro lado, um dólar mais forte costuma reduzir a demanda por produtos brasileiros por elevar o custo dos compradores.
Custo de produção
Muitos insumos agrícolas, como fertilizantes, defensivos e máquinas, são importados. Se o dólar sobe na comparação com o real, os custos aumentam e pressionam a margem de lucro dos produtores e empresas.
Dívida e financiamento
Produtores e empresas agrícolas têm, às vezes, dívidas atreladas ao dólar e a oscilação da moeda aumenta ou diminuiu o valor dessas dívidas. É um desafio se programar.
Investimento
O valor relativo do dólar também determina se uma empresa estrangeira deve ou não investir – ou continuar investindo – no Brasil. O dólar forte na comparação com o real torna o aporte de recursos no país menos atraente e vice-versa.
Fluxo de caixa e planejamento
A volatilidade do dólar prejudica o planejamento de longo prazo de produtores e empresas, dificultando prever custos e receitas futuras.
Qual é o cenário ideal para o agro?
Se o dólar está “barato ou caro”, acaba sendo menos importante que se supõe. O desejo das empresas e produtores é a estabilidade.
“No mundo ideal, o dólar poderia cair na época de comprar insumos e subir após a colheita”, brinca Sérgio Mendes, presidente da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec). Ao falar sério, Mendes afirma que o ideal é oscilar pouco porque assim empresas e produtores podem programar suas compras e vendas.
Vanessa Gasch, gestora de desenvolvimento regional da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), também lembra que nem todos os produtores e empresas compram os insumos e vendem a soja e outras commodities na mesma época, portanto, não existe um calendário ideal de câmbio.
O preço dos grãos e outras commodities é formado não só pelo dólar, mas também pelas cotações nas bolsas de Chicago, Nova York e Londres. Com a expectativa de boa safra para todos os produtos e com o fim do período restritivo de pandemia, esses preços vêm caindo, o que afeta a margem dos produtores e exportadores.
Fonte: Globo Rural
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