O 3º bimestre (3B) de 2022 superou as expectativas da cadeia. Os dados sobre as entregas de biodiesel reportadas pelas usinas à ANP ao longo dos meses de maio e junho indicam que um pouquinho menos de 1,05 milhão de m³ saíram das unidades produtivas em direção à bases distribuidoras. Esse volume é cerca de 1,1% maior do que os 1,03 milhão de m³ que foram contratados — após revisão dos números iniciais — entre fabricantes e distribuidoras para abastecer o mercado ao longo do período.
Na ponta do lápis, as entregas superaram as contrações em 11,6 mil m³.
Essa foi a primeira vez que o volume de entregas superou o volume contratado desde que as negociações de biodiesel passaram a ter periodicidade bimestral no começo de 2013 — período de vigência do 28º Leilão de Biodiesel. Antes, o melhor resultado havia sido 2º bimestre de 2017 quando as entregas bateram 100%.
Na virada dos leilões para o novo mercado de biodiesel, as entregas não chegaram a se sair tão bem assim. A performance no 1B ficou em 93,8%. Desde então a situação melhorou bastante com dois bimestres seguidos com entregas bastante fortes.
Maior
As entregas no 3B também se saem bem quando se olha o volume absoluto. O volume registrado em 2022 superou os resultados tanto do ano passado quanto o de 2020 quando a mistura estava em 12%.
Nos dois primeiros bimestres a comparação estava no vermelho.
A quantidade de biodiesel que foi entregue permite que as distribuidoras vendam até 10,5 milhões de m³ de óleo diesel B. Isso representa um aumento de 3,5% nas vendas de diesel que foram reportadas no 3B de 2021.
A principal ´entregadora´ de biodiesel no bimestre foi a BSBios com 147,7 milhares de m³. O volume entregue foi cerca de 13,4 mil m³ maior — 10% — do que o contratado.
De todas as usinas que iniciaram o bimestre com contratos fechados, a Caibiense foi a que teve o pior desempenho geral. A planta de Rondonópolis (MT) cumpriu apenas 6,5% de suas obrigações para o período, que eram de 2,6 mil m³. Isso causou um déficit de 2,4 mil m³ no mercado.
Embora não tenha tido uma performance tão ruim — com entregas de 88,4% sobre o contratado — a Potencial Biodiesel foi a fabricante com menor percentual performado em relação ao contratado. Foram quase 8 mil m³ abaixo dos 68,8 mil m³ negociados com distribuidoras.
Duas das novatas do setor, a Bionorte de Araguaia (GO) e Oleoplan de Tomé-Açu (PA) fizeram entregas mesmo sem ter contratos fechados. Foram, respectivamente, 44 e 3.770 m³ que entraram no mercado. O mesmo aconteceu com a Cofco que vendeu 184 m³ de biodiesel fora dos contratos.
Estados
No 3B, usinas de 14 estados brasileiros participaram do mercado de biodiesel com entregas.
O maior volume saiu do Rio Grande do Sul com 252,6 mil m³ entregues.
Fonte: BiodieselBR