Baseado nas fragilidades evidentes do acordo para exportações da Ucrânia, Money Times publicou, às 10 horas de ontem, que poderia estar sendo prematuro o otimismo despejado, por exemplo, sobre as quedas dos preços do trigo e milho. Cerca de 2h30 depois, veio a notícia de novos ataques ao porto de Odessa.
As garantias russas, que confirmou a ação, dadas à Turquia, mediadora das negociações, e à ONU, sempre ficarão sob cercada de mais dúvidas que otimismo. E tudo isso acabará nos preços dos produtores, tornando a duvidosa oferta ucraniana.
Se as promessas funcionarem capengando, os grãos carregarão preços com prêmios de guerra sobre Chicago.
Os prêmios dos seguros marítimos não deverão ceder e precisa combinar com os armadores se eles vão arriscar, ainda mais dando conta de que as minas aquáticas espalhadas podem não ser removidas 100% no corredor aberto no Mar Negro.
As cotações do Baltic Dry Index para carga seca também devem subir, com mais impactos aos preços dos produtos.
Vladimir Putin quer mais da Ucrânia e do Ocidente, em termos de esperar o oferecimento de distensão, militar e econômica, como o relaxamento das sanções.
E não terá. Os ataques do sábado, hora depois de anunciado o acordo, foi um aviso.
O episódio também esconde os riscos para o transporte dos grãos até os portos ucranianos, além do que toda a infraestrutura logística, entre transportes e armazenagens nos entrepostos e porto devem estar seriamente comprometidas.
Ainda por cima, são poucas as certezas sobre o volume de grãos que a Ucrânia teria para entregar ao mercado. Fala-se em 19 milhões de toneladas de trigo e 25 milhões/t de milho, mas são dados verificados em condições de guerra, pouco confiáveis.
Giovanni Lorenzon
Fonte: Money Times