Mesmo com os desafios relacionados ao aumento do custo de produção, especialmente de insumos agrícolas, a Bahia deve colher uma produção recorde na safra 2022/23 com leve aumento de área. A projeção é da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia (Faeb). “Tivemos recorde de produção e produtividade na safra 2021/22, favorecida por chuvas estáveis, com aumento expressivo em feijão e consolidação da soja. Para a temporada 2022/23, vemos crescimento de área relativamente pequeno, mas a produtividade pode avançar. Isso nos leva a crer que teremos continuidade de aumento de produção de grãos com expectativa de bater o recorde da safra 2021/22 no Estado”, disse o presidente da Faeb, Humberto Miranda, em entrevista na sede da entidade, em Salvador (BA). Na temporada 2021/22, o Estado colheu 11,82 milhões de toneladas de grãos e algodão em área de 3,53 milhões de hectares, segundo estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
A Faeb vê pequeno incremento de área mas, segundo Miranda, ainda não é possível mensurar quanto será a expansão, porque produtores tendem a tomar a decisão final em meio às condições climáticas durante o plantio. A federação projeta de manutenção à pequena variação positiva na área cultivada com soja, incremento nas lavouras de algodão, estabilidade na área plantada de feijão e aumento significativo na área semeada de milho. “O milho tem tido um crescimento bastante consistente no Estado. Para 2022/23, prevemos crescimento expressivo da área planta e da produção”, afirmou Miranda.
Segundo o presidente da Faeb, o aumento das lavouras de milho deve ser impulsionada pelo cultivo nas áreas norte e sul do Estado, que não são tão tradicionais na produção de grãos como o Oeste Baiano – principal região produtora de grãos do Estado. “A região norte, divisa da Bahia com Sergipe e Alagoas, também tem ocupado espaço na produção de grãos e buscado crescer na produção do cereal. No sul, região focada em pecuária de corte e próxima da bacia leiteira mineira, também vemos experimentos com milho e soja em área significativa e produção voltada à alimentação animal. Assim, são pelo menos duas novas regiões para cultivo do cereal no Estado”, observou Miranda.
Na avaliação de Miranda, a expansão de área plantada com grãos na Bahia poderia ser ainda maior caso não houvesse o forte aumento, de 45% a 50%, do custo de produção dos grãos. “O preço de alguns adubos, por exemplo, triplicaram, enquanto a valorização das commodities não acompanhou o mesmo ritmo dos custos. Comemoramos que não haverá falta de insumos e que estão assegurados, mas, de certa forma, o aumento do custo vai limitar um pouco o crescimento da área”, apontou. Sobre os fertilizantes, em especial, Miranda estima que haverá redução em média de 10% no volume utilizado para adubação das lavouras baianas na próxima safra. “Produtor vai fazer análise de solo e analisar cada casa especificamente para avaliar o quanto possui de poupança de fertilizante no solo, o quanto poderá reduzir de insumo sem prejudicar a produtividade”, avaliou.
Cautela nos investimentos – A perspectiva da Faeb é de que os produtores mantenham na maior parte o investimento em insumos, apesar da intenção de redução em média de 10% no consumo de fertilizantes, mas os aportes quanto à renovação da frota de máquinas e equipamentos e à armazenagem tendem a ser postergados. “As taxas de juros de dois dígitos desafiam o setor produtivo. Os juros, até mesmo os praticados no Plano Safra 2022/23, frearam a diversificação dos produtores em culturas, a abertura de novas áreas, a aquisição de máquinas agrícolas e a estruturação de armazéns. Produtores tendem a enxugar o que podem em investimento”, analisou Miranda.
Fonte: Estadao
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