O superintendente de Commodities da B3, Louis Gourbin, informou que o Índice Futuro de Milho B3 (IFMILHO B3) “é uma fotografia; vai trazer visibilidade às negociações dos futuros de milho, dar possibilidade de criar novos produtos e aumentar liquidez (dos contratos). Será um farol maior do produto (do contrato futuro), contribuirá para trazer mais pessoas ao mercado, aumentar estoque e negociação”, destacou Gourbin, em entrevista exclusiva ao Broadcast Agro.
A escolha do milho como primeiro produto a contar com um índice específico se deve, de acordo com Gourbin, ao fato de os derivativos de milho (contratos futuros e de opção) serem os que mais têm negociação na B3. “Então é natural criarmos complementos”, acrescentou. Dados da B3 compartilhados por Gourbin apontam que nos últimos quatro anos cresceu tanto o estoque (número total) de contratos futuros abertos quanto a média diária de contratos negociados (ADV) na bolsa.
De janeiro a agosto de 2022, a média diária de contratos futuros negociados (ADV) foi de 17,424 mil, 31% acima do apurado em igual período do ano passado. De 2020 para 2021, o incremento havia sido de 108%, para 13,653 mil contratos, e na comparação o intervalo correspondente de 2019, os dados deste ano representam um aumento de 380%.
No caso do estoque de futuros em aberto, a B3 contabilizava de janeiro a agosto aproximadamente 109,9 mil contratos futuros de milho, 18% a mais do que de janeiro a agosto de 2021. De 2020 para 2021, o crescimento havia sido de 145%, para quase 93,4 mil contratos. Já entre 2019 e 2022, o salto foi de 291%, conforme a B3.
Do estoque atual, em torno de 43% estão nas mãos de instituições não financeiras (cooperativas, revendas, tradings e indústrias), 19% com pessoas físicas, outros 19% com instituições financeiras, 18% com não residentes e somente 2%, investidores institucionais. Já observando a média diária negociada, 45% dos contratos futuros do cereal foram negociados por pessoas físicas, 26% por não residentes e 21% por instituições não financeiras.
“Ter um índice sobre um contrato líquido é o que nós buscamos. Mostramos, com isso, que o mercado e o interesse pelo produto estão crescendo”, comentou Gourbin. A B3 fez uma simulação que aferiu qual teria sido o retorno anualizado do IFMILHO a partir de 2017. Se tivesse existido desde então, teria acumulado uma variação positiva de 28,63%, 7,63% acima da rentabilidade do ICB (Índice de Commodities Brasil) no mesmo período.
A possibilidade de acompanhar mais facilmente, por meio do novo índice, o mercado de contratos futuros de milho no Brasil, deve favorecer a criação de novos produtos, como ETFs, fundos cuja carteira de ativos espelha um índice. “O mais difícil é criar o índice. Uma vez ele criado, será relativamente rápido para que estabelecimentos financeiros estruturem ETFs que acompanhem o índice do milho”, disse o executivo.
Gourbin se disse confiante, ainda, de que outros índices refletindo contratos futuros de commodities agrícolas serão lançados pela B3. “Quanto antes, melhor. De repente, até o fim do ano”, sinalizou ele, sobre o anúncio de mais um índice, sem especificar sobre qual produto agrícola poderá ser. Em novembro do ano passado, a B3 lançou o contrato Futuro de Soja Brasil, desenvolvido em parceria com a CBOT e o CME Group, do qual a CBOT faz parte, tendo como referência o preço de exportação da soja no porto de Santos (SP).
Fonte: Estadao
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