O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio de Lima Leite, disse nesta quarta-feira durante seminário sobre eletromobilidade, em Brasília, que junto com fabricantes de autopeças e a academia, a indústria é capaz de acompanhar o processo global de eletrificação dos veículos.
“Somos capazes de trazer tecnologia de ponta para o Brasil bastando apenas uma coisa: previsibilidade e segurança jurídica. Tendo previsibilidade e segurança jurídica, nós não temos dúvida de que o Brasil tem tudo não apenas para crescer mas para retomar a sua posição de liderança entre os países”, disse. Ele lembrou que o setor representa de 20% do Produto Interno Bruto (PIB) industrial.
“Não perdemos em competitividade quando se trata de produtos, mas quando se trata de subsídios de outros países ou de custo Brasil, que nós estamos num processo de evolução”, acrescentou. Para ele, o Brasil tem condições de oferecer tecnologias de ponta.
“Nós temos que atrair o maior número possível de veículos elétricos para nossa realidade, para que, com isso, criemos o ecossistema necessário para atração dessa tecnologias”, afirmou.
Em participação de forma remota, o presidente global da McKinsey, Philipp Kampshoff, disse acreditar que a eletrificação na América Latina seguirá passo diferente do que ocorre hoje na China, Europa e Estados Unidos. Para ele, a participação dos governos nesse processo é muito importante.
Montadoras com fábricas no Brasil querem mostrar ao governo e à sociedade brasileira que não estão alheias ao processo de eletrificação dos automóveis. Para isso, realizam em Brasília um seminário, que inclui uma série de painéis, debates e uma exposição com 40 carros híbridos e elétricos. Mesmo assim, ainda há questões a resolver para definir como o parque industrial desse setor no Brasil vai se inserir na evolução da eletrificação global.
Na abertura do seminário “Conduzindo o futuro da eletrificação no Brasil”, o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio de Lima Leite, disse que esse é o “momento mais desafiador da história do setor” e destacou a capacidade dessa indústria: “Temos fornecedores de padrão global, com condições de competitividade. Temos qualidade e sabemos fazer”, disse. Ele reclamou, ao mesmo tempo, do custo Brasil.
Para Leite, o país já “derrubou mitos”. “O Brasil hoje aponta para possível sobra de energia. Tempos atrás muitos diziam que a energia não seria suficiente (para carro elétrico). Ao mesmo tempo, ele apontou a necessidade de incluir todas as tecnologias no processo que busca a redução da emissão de carbono – veículos movidos a biodiesel, elétrico, a gás ou hidrogênio.
“Existe um novo jogo e o Brasil tem que estar nesse tabuleiro”, disse. Ao mesmo tempo, ponderou: “Não aceitamos perder indústria nesse processo”. Segundo ele, 1,2 milhão de pessoas trabalha na cadeia que envolve a indústria automobilística no Brasil.
E, como se fizesse um desabafo em relação a críticas que o setor recebe, lembrou o cenário durante a pandemia que, segundo ele, fez com que a indústria automobilística se preocupasse com outras urgências antes de entrar na discussão da eletrificação. “Durante a pandemia, essa indústria, que por vezes é chamada de ultrapassada, manteve o emprego, fabricou respiradores e manteve investimentos”, disse.
Fonte: Valor Econômico
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