Com início previsto para o próximo dia 16, até setembro todas as unidades do Estado devem estar moendo
A safra de cana-de-açúcar 2022/23 no Estado de Pernambuco deve processar entre 13,8 e 14,2 milhões de toneladas. Segundo estimativa feita pelo presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool de Pernambuco (Sindaçúcar-PE), Renato Cunha, deve crescer entre 6% e 9% em relação à safra anterior, quando foram colhidas 12,667 milhões.
Mesmo de forma concentrada, as chuvas que caíram sobre o Estado entre o final de maio e julho, contribuíram para essa perspectiva de crescimento.
A próxima safra já começa no dia 16 em algumas usinas pernambucanas. Até setembro, todas as unidades do Estado devem estar moendo. Geralmente, a colheita acaba entre fevereiro e março.
Na safra 2021/22, foram produzidas 802 mil toneladas de açúcar, e 376 milhões de litros de etanol. Na atual, a expectativa do Sindaçúcar-PE é de que sejam fabricadas 980 mil toneladas de açúcar e 430 milhões de litros de álcool.
Na safra passada, 42% do açúcar produzido no Estado foi exportado. As exportações de açúcar da atual moagem devem ficar em torno de 49%, de acordo com estimativas do Sindaçúcar. A alta do dólar favorece as exportações.
Mesmo com a expectativa de aumento na produção, o setor teve que lidar com vários reajustes nos preços de despesas realizadas na preparação para a atual moagem, como os adubos, os componentes e peças que fazem parte da “chaparia” dos parques fabris das usinas. O preço do adubo foi impactado pela guerra entre a Rússia e Ucrânia.
A liberação da venda de etanol diretamente para os postos de combustível, ainda não impactou a comercialização. Quando foi aprovada pelo Congresso, em junho, a perspectiva era de um aumento da comercialização do etanol aos postos.
No entanto, a prudência dos produtores está grande porque ocorreram muitas mudanças na tributação que incide sobre os combustíveis por causa da Emenda Constitucional 123 e a PEC 15.
Esta última garante ao etanol, como combustível limpo, uma tributação menor do que a gasolina, mas isso ainda não está ocorrendo, de acordo com os produtores.
A expectativa, segundo os produtores, é de que a venda direta ocorra normalmente depois que a parte fiscal ficar equiparada a da gasolina.
Também este ano, o álcool das usinas do Nordeste não deve ter a concorrência com o álcool importado como ocorreu nos anos anteriores. Entre outras coisas, a alta do dólar tornou este produto mais caro para as empresas que faziam essa compra.
Fonte: Sindaçucar – PE