Condições agrícolas e fatores climáticos mais adequados elevaram as expectativas da Associação de Produtores de Açúcar, Etanol e Bioenergia (NovaBio) para a safra 2022/23 de cana-de-açúcar nas regiões Norte e Nordeste. Inicialmente estimada em 57 milhões de toneladas, a projeção atualizada mostra que o ciclo atual poderá atingir 58,34 milhões de toneladas, moagem 8% superior à observada em 2021/22, quando a produção chegou a 54 milhões de toneladas.
Com cerca de 13% da safra colhida no Norte e Nordeste até 31 de agosto, as unidades produtoras já moeram 8 milhões de toneladas de cana, volume 2,5% maior do que o verificado em igual período do ano passado.
Sobre o perfil de produção no Norte-Nordeste, o presidente-executivo da NovaBio, Renato Cunha, espera um protagonismo maior para o açúcar. “Mesmo apresentando uma queda pontual de 11,5% observada na segunda quinzena de agosto deste ano, com 146 mil toneladas ante 165 mil toneladas em igual período da moagem 2021/22, no médio prazo as condições de mercado estão mais propícias para a fabricação de açúcar”, relata.
De acordo com Cunha, que também preside o Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool do Estado de Pernambuco (Sindaçucar-PE), se as perspectivas climáticas e de mercado se mantiverem como previstas, o açúcar poderá crescer 10,4%, chegando a 3,2 milhões de toneladas ao final desta safra.
As projeções atualizadas da NovaBio para a safra 2022/23 também elevaram a produção de etanol. A entidade espera um aumento de 5% a 8 % na fabricação total, com crescimentos no anidro e no hidratado, podendo alcançar os 2,3 bilhões de litros face os 2,1 bilhões de litros produzidos em 2021/22.
Para os estados do Nordeste, a NovaBio estima o processamento de 19,5 milhões de toneladas de cana em Alagoas; 14 milhões de toneladas em Pernambuco; 6,3 milhões de toneladas na Paraíba; 5,2 milhões de toneladas na Bahia; 3,1 milhões de toneladas no Rio Grande do Norte; 2,5 milhões de toneladas no Maranhão; 1,5 milhões de toneladas no Piauí; e 1,9 milhões de toneladas em Sergipe.
Já na região Norte, a expectativa é de aumento de 3% nos estados do Tocantins e Amazonas, que deverão moer milhões de toneladas e 320 milhões de toneladas, respectivamente. No Pará serão esmagadas 1,3 milhões de toneladas de cana.
Safra atual
Até o dia 31 de agosto, a indústria sucroenergética do Norte-Nordeste produziu 515 mil litros de etanol, considerando-se a soma do anidro e hidratado. O volume é 1% superior ao obtido na segunda quinzena do mesmo mês em 2021, de 509 mil litros.
A NovaBio dá destaque para o biocombustível anidro, com 275 mil litros fabricados, quantidade 3,4% maior do que os 266 mil litros produzidos em igual período de 2021. Por sua vez, o hidratado apresentou queda de apenas 1,4%, registrando produção de 240 mil litros, em contraponto aos 243 mil litros observados no ciclo 2021/22.
No Nordeste, 85,72% de toda a cana-de-açúcar moída foram destinados à fabricação de etanol e 14,28% ao açúcar. Em igual período da safra anterior, estes índices eram de 84,01% para o biocombustível e 15,99% para o adoçante.
De acordo com Renato Cunha, na evolução da safra, iniciada no mês passado, a tendência é de um mix de produção mais equilibrado. No fechamento do ciclo 2021/22 o mix foi de 44,14% para o açúcar e 55,86% para o etanol.
Antes de abril de 2023, a safra 2022/23 terminará nos estados da Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Piauí, Tocantins e Amazonas. Até março de 2023, a moagem será encerrada em Pernambuco, Alagoas, Rio Grande do Norte, Bahia, Paraíba e Sergipe.
Fonte: Novabio
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