O conselho da Petrobras aprovou nesta quinta-feira, 21, o pagamento de R$ 20 bilhões em dividendos extraordinários aos acionistas, em reunião que também confirmou um plano de negócios que prevê investimentos de US$ 111 bilhões para o período entre 2025 e 2029.
Do montante total a ser pago aos acionistas, R$ 15,6 bilhões foram aprovados como dividendos intermediários, com base na reserva de remuneração do capital, e R$ 4,4 bilhões como dividendos intercalares.
O diretor financeiro da petrolífera, Fernando Melgarejo, havia adiantado no início do mês que a companhia poderia anunciar dividendos extraordinários após a aprovação do novo plano de negócios, já considerando novas diretrizes que seriam consolidadas.
No novo planejamento, a companhia reduziu o caixa mínimo de referência para US$ 6 bilhões, ante os US$ 8 bilhões anteriores. Além disso, elevou o limite da dívida bruta para US$ 75 bilhões, ante US$ 65 bilhões antes.
“O aumento do teto da dívida considera métricas de alavancagem robustas, mesmo em cenários de baixos preços do contrato de referência do petróleo Brent, além de proporcionar maior flexibilidade em relação à crescente relevância dos afretamentos na dívida bruta”, disse a companhia em comunicado ao mercado.
Segundo a Petrobras, o fluxo de caixa livre permitirá estimativa de “sólidos dividendos”, projetando de US$ 45 bilhões a US$ 55 bilhões de dividendos ordinários no cenário-base, com flexibilidade para pagamentos extraordinários de até US$ 10 bilhões no período do plano.
Investimentos
Já no campo dos investimentos, o colegiado aprovou proposta da companhia de US$ 111 bilhões até 2029, que já havia sido mencionada preliminarmente ao mercado no início da semana ao mercado, em movimento que reduziu levemente a participação dos investimentos para a área de exploração e produção (E&P) de petróleo e gás ante o plano plurianual anterior.
Do montante total – que é 9% superior ao previsto no plano estratégico anterior, para o período de 2024 a 2028 –, US$ 98 bilhões serão investidos na carteira de projetos em implantação e US$ 13 bilhões na carteira de projetos em avaliação, composta por oportunidades com menor grau de maturidade e sujeitas a estudos adicionais de financiabilidade antes do início da execução.
Ao longo do período de cinco anos, estão previstos US$ 18,5 bilhões para 2025, US$ 19,6 bilhões em 2026, US$ 19,5 bilhões em 2027, atingindo um pico para o período de US$ 20,9 bilhões em 2028, e caindo para US$ 19,7 bilhões em 2029.
Exploração e produção
A Petrobras planeja aportar US$ 77,3 bilhões, ou aproximadamente 70%, na área de exploração e produção de petróleo e gás. No plano anterior, a Petrobras havia previsto US$ 73 bilhões para a área, ou cerca de 72% do total de US$ 102 bilhões.
Segundo a companhia, 60% dos aportes destinados para E&P serão para os ativos do pré-sal. Entretanto, a Petrobras pontuou que também manteve “grandes” projetos de revitalização, que buscam aumentar os fatores de recuperação em campos maduros, especialmente na Bacia de Campos.
A companhia também prevê uma média do Custo Total do Petróleo Produzido (CTPP) – que inclui custo de extração, participações governamentais e depreciação e depleção – de US$ 36,5 por barril de óleo equivalente durante esse período, considerando participações governamentais de acordo com o Brent médio estimado como premissa do planejamento.
Com o plano de negócios, a Petrobras projeta elevar a produção de petróleo e gás para 3,2 milhões de barris de óleo equivalente ao dia (boed) em 2029, alta de mais de 14% ante os 2,8 milhões boed projetados para 2025.
“Para fazer frente aos desafios de reposição de reservas, a Petrobras aumentou os investimentos em atividades exploratórias, totalizando um capex (investimento) de US$ 7,9 bilhões no quinquênio (5% superior ao plano anterior)”, afirmou a empresa.
A Petrobras planeja implantar dez novos sistemas de produção até 2029, sendo que nove já estão contratados. Além disso, há cinco projetos em implantação para além de 2029 e mais seis projetos em estudo. A Petrobras é a operadora de todos esses projetos, com exceção do Raia, que é operado pela Equinor.
Os investimentos em refino, transporte, comercialização, petroquímica e fertilizantes (RTC) foram estimados em cerca de US$ 19,6 bilhões até 2029, acima dos US$ 17 bilhões do programa anterior, que não contava com a rubrica de fertilizantes.
Os investimentos em refino visam, principalmente, a aumentar a capacidade do parque da Petrobras, ampliando a oferta de produtos de alta qualidade, como Diesel S10 e lubrificantes, e de combustíveis de baixo carbono, além de buscarem maior eficiência das unidades avançando na descarbonização das operações e no aumento da disponibilidade operacional.
A Petrobras também prevê US$ 16,3 bilhões para iniciativas de baixo carbono, no contexto de transição energética, totalizando 15% do investimento total, contra 11% no plano anterior. O montante é ainda 42% superior ao previsto no planejamento 2024-2028.
Por: Marta Nogueira Fonte: Nova Cana
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