O presidente em exercício da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil), José Sismeiro, disse que o Plano Safra 2022/23 “surpreendeu positivamente”. “Tivemos um aumento de recursos. Estamos com as linhas Pronaf e Pronamp com juros condizentes, e ABC (Agricultura de Baixa Emissão de Carbono) e PCA (Programa de Construção e Ampliação de Armazéns) também. Quanto ao seguro, R$ 2 bilhões, se tiver essa disponibilidade e vier na hora certa para o produtor rural, é muito positivo”, disse. Segundo Sismeiro, apenas a taxa de juros para cooperativas e grandes produtores ficou acima do esperado pelo setor. “A única coisa que achamos que veio um pouco salgado é o juro para as cooperativas e demais produtores, esses 12%. Esperávamos 9,5% a 10%, no máximo”, disse. “Sabemos que é um ano difícil, porque estamos vindo dessa pandemia que sangrou muito os cofres do governo. Mas o produtor brasileiro é muito dinâmico, e, apesar de o plano ter surpreendido em recursos, a agricultura do Brasil cresce todo ano e precisa de cada vez mais recursos.”
O Plano Safra 2022/23 terá R$ 340,88 bilhões em crédito rural, 36% superior aos R$ 251,2 bilhões anunciados para a safra 2021/22. O maior incremento virá da oferta de crédito com taxas de juros de mercado, que deve chegar a R$ 145,18 bilhões, alta de 69% em comparação ao ofertado neste ciclo. Com juros controlados (com e sem equalização), serão R$ 195,7 bilhões, 18% a mais do que na safra 2021/22. Para o Pronaf, as taxas de juros serão de 5% ao ano (para produção de alimentos e produtos da sociobiodiversidade) e de 6% ao ano para os demais produtos, ante taxas de 3% e 4,5% ao ano no ciclo 2021/22. Para o Pronamp (linha para médios produtores), os juros ficaram em 8% ao ano – ante taxas de 5,5% e 6,5% ao ano no ciclo prévio. Para os demais produtores e cooperativas, as taxas são de 12% ao ano – ante taxas de 7,5% a 8,5% em 2021/22.
Para o programa ABC, as taxas de juros são de 7% ao ano para ações de recomposição de Reserva Legal e Áreas de Proteção Permanente e de 8,5% para as demais. Na safra atual, as taxas eram de 5,5% e 7% ao ano. Para o PCA, as taxas ficaram em 7% ao ano para projetos com capacidade de até 6 mil toneladas e de 8,5% ao ano para os demais investimentos.
Sismeiro reforçou que o total de R$ 2 bilhões para subvenção ao prêmio do seguro rural vem em boa hora, após as perdas com a seca nas lavouras de soja do Sul do País em 2021/22. “Seguro fez falta. Se a gente tiver um recurso maior de seguro, mais produtores vão poder fazer. Esses R$ 2 bilhões são um avanço, mas precisam estar disponíveis na hora que o produtor precisar e acreditamos que vão estar”, disse.
Quanto à data do anúncio, dois dias antes do começo oficial do ano-safra, Sismeiro disse que o produtor já vem se planejando há tempos para o ciclo 2022/23. “Produtor não pode esperar sair o Plano Safra para comprar insumos. Infelizmente você tem produtores que fizeram isso e agora está bem difícil, porque os produtos subiram demais. Temos um custo estimado 48% maior para se produzir um hectare de soja em 2022/23 do que em 2021/22”, disse o representante.
Fonte: Estadao
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