Votação sobre tarifa de 15% no nitrato de amônio pode elevar custos para produtores rurais e afetar o agronegócio nacional
A discussão sobre a possível imposição de uma tarifa de 15% sobre as importações de nitrato de amônio no Brasil ganhou destaque nos debates do setor agrícola. Segundo Jeferson Souza, analista de inteligência de mercado, a dependência brasileira das importações de fertilizantes NPK é motivo de preocupação, uma vez que a produção interna de nitrato de amônio caiu de 216 mil toneladas em 2017 para 156 mil toneladas em 2023. Esse declínio acentua a vulnerabilidade do país frente ao mercado externo, particularmente para o agronegócio.
Atualmente, mais de 95% do nitrato de amônio consumido no Brasil é importado da Rússia, e esse insumo é vital para culturas como cana-de-açúcar, café e citros, essenciais para a produção agrícola nacional. Com a Câmara de Comércio Exterior (Camex) programada para votar no dia 17 de outubro sobre a implementação da tarifa de 15%, os possíveis efeitos dessa medida no mercado de fertilizantes nitrogenados são significativos.
Caso a tarifa seja aprovada, o preço do nitrato de amônio deverá aumentar, o que poderá afetar diretamente os custos de produção dos agricultores. A elevação nos preços pode levar os produtores a migrarem para outras fontes de nitrogênio, resultando em uma alta generalizada nos preços dos fertilizantes nitrogenados. Embora o impacto não seja imediato, espera-se que as consequências sobre o custo dos insumos sejam sentidas no médio prazo.
Essa questão é crucial para o futuro do setor agrícola brasileiro. Souza ressalta que, embora a tarifa possa impulsionar a produção interna, a medida pode acabar repassando os custos aos produtores rurais. Ele também questiona se esse é o caminho mais eficaz para reduzir a dependência do Brasil em relação às importações de fertilizantes, alertando para o risco de comprometer a competitividade do produtor rural a longo prazo. Dessa forma, é necessário refletir sobre políticas que possam equilibrar o desenvolvimento da produção interna e garantir a sustentabilidade do agronegócio nacional.
Fonte: Portal do Agronegócio
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