A produção brasileira de cana-de-açúcar na safra 2023/24 deverá crescer 4,4% em relação ao ciclo 2022/23, para 637,1 milhões de toneladas, de acordo com o primeiro levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) sobre a nova temporada, divulgado ontem. O aumento será consequência tanto da melhora do rendimento das lavouras quanto da expansão da área destinada à cultura, afirmou a estatal.
A colheita ocorrerá em 8,4 milhões de hectares, uma área 1,5% maior que a do último ciclo, estima a Conab. Já o rendimento médio da cultura deverá aumentar 2,5% e chegar a 75,7 toneladas por hectare, diz o relatório.
“O crescimento de área ocorrerá com a expansão do plantio e a incorporação de áreas de fornecedores que não eram utilizadas pelo setor sucroenergético, o que tem impacto direto sobre a produtividade, uma vez que os primeiros cortes têm rendimento maior”, disse, em nota, Fabiano Vasconcellos, gerente de acompanhamento de safras da companhia. Outro fator positivo, comenta ele, é que as condições climáticas desta safra estão melhores do que as de 2022/23.
No Sudeste, região que lidera a produção no Brasil, a colheita deverá crescer 4,4%, para 404,7 milhões de toneladas. A Conab destacou as perspectivas para São Paulo, onde a produtividade das lavouras deve aumentar 2,9%, e Minas Gerais, Estado em que tanto rendimento do campo, mas também ampliação quanto área de cultivo deverão aumentar. Para o Centro-Oeste, região com o segundo maior volume de produção, a Conab projeta colheita de 140,9 milhões de toneladas, com aumento de área e produtividade neste ciclo.
A provável melhora no rendimento das lavouras e a expansão de área deverão puxar o crescimento da produção na Região Norte, de 6,4%, para 4 milhões de toneladas. No Sul, a expectativa é de colheita de 31,7 milhões de toneladas de cana, com aumento de área de 2,8%, após sucessivas reduções. Já na Região Nordeste, a colheita deve ficar perto da estabilidade, somando 55,7 milhões de toneladas.
A Conab estima que a fabricação de açúcar chegará a 38,7 milhões de toneladas nesta temporada, o que, caso se confirme, será o segundo maior volume da história. O recorde ocorreu na temporada 2020/21, quando a produção alcançou as 41,2 milhões de toneladas.
O aumento da fabricação de açúcar não impedirá o crescimento da produção de etanol, para o qual a estatal projeta elevação de 5,9%, para 33,2 bilhões de litros. Desse total, 14,2 bilhões de litros serão de etanol anidro e 18,9 bilhões de hidratado.
O aumento ocorrerá, em parte, graças ao avanço do biocombustível produzido a partir do milho, que crescerá 42%, para 5,6 bilhões de litros, segundo a Conab. Já a fabricação de etanol a partir da cana deve crescer apenas 0,6%, para 27,5 bilhões de litros.
A estatal estima que as exportações dos derivados de cana em 2023/24 crescerá puxada pela elevação das cotações no mercado internacional. No caso do açúcar, o crescimento será consequência da oferta global restrita – o preço já vem oscilando na máxima em 11 anos. A alta do petróleo também oferece sustentação aos preços de açúcar e etanol.
Fonte: Valor Econômico
Clique AQUI, entre no grupo de WhatsApp da Visão Agro e receba notícias em tempo real ou nos acompanhe através do Telegram