O calor que fez muita gente buscar refresco no mês de setembro e que também causou estragos, com incêndios florestais e inundações não foi um aumento de temperatura qualquer.
O mês passado foi o mês mais quente já registrado na história, segundo o Copernicus, serviço de mudanças climáticas da União Europeia.
A temperatura média global ficou em 16,38ºC, batendo, por uma “margem extraordinária” de 0,5ºC, o recorde anterior, de setembro de 2020. Uma “anomalia sem precedentes”, nos termos usados pelo Copernicus.
E o ano de 2023 também caminha para se tornar o mais quente já visto. De janeiro a setembro, a temperatura média global ficou 1,4ºC acima da era pré-industrial, entre 1850 a 1900. Isso é: bem perto de extrapolar a meta do Acordo de Paris, de manter o aquecimento abaixo de 1,5°C.
Um limite que os cientistas alertam que o mundo deveria evitar a todo custo, para prevenir eventos extremos.
Na França, o serviço de meteorologia do país já havia afirmado que o mês de setembro foi o mais quente da história francesa, com uma média de 21ºC.
E outubro caminha na mesma direção. Na última segunda-feira (2), temperaturas passaram de 35ºC em algumas cidades do sul.
As ondas de calor fora de época estão levando inclusive turistas a tomar banho de sol em pleno outubro, época do outono na Europa.
As ondas de calor recentes são resultado do fenômeno natural El Niño, que aquece as águas do Oceano Pacifico.
Mas cientistas afirmam que as mudanças climáticas provocadas pelo ser humano têm tornado os eventos mais intensos e recorrentes, com consequências trágicas como os incêndios florestais na Grécia e as inundações na Líbia, que deixaram milhares de mortos.
Em entrevista à agência de notícias AFP, o diretor do Copernicus afirmou que as temperaturas ficaram anormais na primavera. “Julho se tornou o mês mais quente da nossa história — e junho, agosto e, agora, setembro foram os mais quentes já registrados para sua temporada”. Em resumo, ele diz: “Entramos em um novo mundo”.
Fonte: Udop
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