As exportações russas de trigo em julho e agosto, os dois primeiros meses da temporada 2022/23, devem somar 5,9 milhões de toneladas, estimou a consultoria russa SovEcon nesta terça-feira. O volume representa queda de 27% na comparação com igual período ciclo anterior e o menor volume desde 2017/18.
De acordo com a consultoria, a lentidão das exportações se deve aos preços FOB do trigo russo, que continuam muito altos na comparação com os de outros fornecedores, principalmente a União Europeia.
Exportadores também devem enfrentar problemas mais à frente, com a piora das condições climáticas no Mar Negro durante o inverno e a interrupção sazonal da navegação fluvial, disse a SovEcon, acrescentando que em fevereiro de 2023 a Rússia deve introduzir cotas de exportação, o que limitaria os embarques.
O rublo está fortalecido e a tarifa de exportação continuam muito alta, atualmente em cerca de US$ 80/tonelada. Com isso, agricultores têm segurado o produto, disse a consultoria.
A Rússia deve colher uma safra recorde de trigo de 94,7 milhões de toneladas este ano, de acordo com a estimativa mais recente da SovEcon. Para o diretor da consultoria, Andrey Sizov, as exportações russas podem se acelerar no curto prazo caso os preços domésticos caiam e/ou os preços globais subam. “As lentas exportações russas no início da nova campanha têm sido um dos principais fatores de alta até agora”, disse em nota.
Fonte: Broadcast/Agro