As negociações entre a fabricante norte-americana de máquinas agrícolas CNH Industrial e seus trabalhadores em greve chegaram a um impasse, aprofundando os problemas da cadeia de suprimentos de equipamentos agrícolas e de construção. As sessões de negociação entre o sindicato United Auto Workers (UAW) e a CNH foram interrompidas em meados do mês passado e não há previsão de reuniões adicionais no curto prazo, disseram os líderes sindicais e a empresa.
Cerca de 1,1 mil trabalhadores de Burlington e Wisconsin estão em greve desde 2 de maio exigindo salários mais altos e um contrato mais longo do que a empresa oferece. O sindicato disse que os aumentos salariais propostos anteriormente pela empresa seriam consumidos pelos custos que a CNH quer que os funcionários assumam para o seguro de saúde. A CNH alega que os negociadores do UAW rejeitaram a última grande proposta da empresa em maio sem apresentá-la aos membros da base. “Incentivamos fortemente o UAW a apresentar nossa oferta a nossos funcionários para votação”, disse a empresa.
A fabricante, assim como outras empresas do setor de equipamentos, tem tentado obter semicondutores e outros componentes-chave que estão em falta nos últimos 18 meses. Novos equipamentos recém-saídos das linhas de montagem são acumulados nas fábricas da CNH à espera de peças para completá-los. Alguns revendedores disseram que a greve aumentou ainda mais os tempos de espera para novas máquinas e componentes.
O UAW disse que a greve também está afetando a produção em outras plantas, porque elas usam componentes das unidades em greve. A empresa se recusou a fornecer detalhes sobre seus volumes de produção. “Nossos clientes precisam de nossos produtos”, disse a empresa.
Os membros do UAW na CNH recusaram um contrato de três anos com aumentos salariais totalizando 18,5% para trabalhadores de linha de montagem, soldadores e outros funcionários. O sindicato quer um contrato de seis anos que eleve as taxas horárias dos trabalhadores para os mesmos níveis dos funcionários das seis fábricas não sindicalizadas da CNH nos EUA, além de um aumento em cima disso. A CNH disse que não pode apoiar um acordo de seis anos por causa da incerteza sobre a força da economia dos EUA.
Fonte: Dow Jones