A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) espera que a produção de líquidos do cartel se expanda de 31,6 milhões de barris por dia (mb/d) em 2021 para cerca de 36 mb/d em 2022, se mantendo estável em torno desse nível no médio prazo.
No entanto, os líquidos devem aumentar novamente, subindo para 42,4 mb/d até 2045. “Assim, a participação da Opep no fornecimento global de líquidos deverá aumentar de 33% em 2021 para 39% em 2045”, diz o relatório Perspectivas Mundiais do Petróleo, divulgado nesta segunda-feira, 31.
O documento também traz que a oferta de líquidos de países não pertencentes à Opep continuará sua recuperação pós-pandemia e deve crescer de 63,6 mb/d em 2021 para 71,4 mb/d em 2027. Antes disso, deve avançar 65,7 e 67,4 e 68,5 em 2022, 2023 e 2024, respectivamente.
Para o cartel, os EUA continuarão a ser a principal fonte de crescimento a médio prazo, fornecendo 3,9 mb/d ou 50% de produção incremental. Outras fontes importantes de crescimento da oferta a médio prazo são: Brasil (+1,2 mb/d), Guiana (+0,8 mb/d), Canadá (+0,5 mb/d) e Noruega (+0,4 mb/d). Em contraste, as tensões geopolíticas do conflito na Ucrânia devem resultar em uma queda de 0,7 mb/d no fornecimento de líquidos russos, no médio prazo.
“Riscos para as perspectivas econômicas, inflação alta, metas de política energética confrontadas com desafios de segurança energética e questões sobre déficits no investimento, juntamente com incertezas geopolíticas persistentes e novas, significam que permanecem riscos significativos em relação às perspectivas de oferta de líquidos de longo prazo”, pondera a Opep.
Por tipo de líquidos produzidos por países de fora da Opep, o relatório traz que, no médio prazo, prevê crescimento de óleo bruto, que representa 4,7 mb/d, ou 60% dos 7,9 mb/d projetados de aumento no horizonte 2021-2027. Já o gás natural representa 1,7 mb/d, ou pouco mais de 20%, e biocombustíveis combinados, ganhos de processamento de refinaria e “outros líquidos” compõem outros 1,4 mb/d, também próximo de 20%.
No longo prazo, porém, a tendência do petróleo bruto é revertida, com oferta em declínio de 3,3 mb/d, “à medida que os campos amadurecem cada vez mais e com o petróleo bruto dos EUA, em particular, vendo um pico”. Ao mesmo tempo, outros líquidos não brutos evidenciam crescimento no período 2021-2045, “mais do que compensando o declínio do petróleo bruto e permitindo um incremento total em líquidos de 3,9 mb/d até 2045”, conclui a Opep.
Letícia Simionato
Fonte: Estadão
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