O petróleo recuou mais de 3% nesta terça-feira (7), após o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, elevar o temor do mercado acerca do aperto monetário do BC americano à frente. As sinalizações do dirigente reduziram a demanda por ativos de risco em geral e fortaleceram o dólar, dois fatores negativos para a commodity energética.
O contrato do WTI com entrega prevista para abril anotou queda de 3,58%, a US$ 77,58 por barril, enquanto o Brent para maio cedeu 3,35%, a 83,29 por barril.
Durante audiência no Senado dos EUA, Powell enfatizou que os juros terão de subir mais do que os dirigentes do Fed previram em dezembro (de 5% a 5,5%) e não descartou ter de voltar a acelerar o ritmo do aperto monetário.
As declarações tiveram impacto imediato nos mercados e investidores passaram a precificar chance maior de alta de 0,5 ponto percentual (p.p.) dos juros na reunião do dia 22 deste mês, após a elevação de 0,25 p.p. em fevereiro.
Além do peso do dólar valorizado sobre o petróleo e outras commodities cotadas na divisa americana, a perspectiva de aperto monetário forte nos EUA piora o cenário para a economia global, e, consequentemente, para a demanda pelo óleo.
Economista-chefe internacional do ING, James Knightley, considera que as sinalizações de Powell aumentam a chance de um “pouso forçado” da economia americana após a alta de juros, o que significa que uma recessão e a alta do desemprego devem seguir a campanha do Fed contra a inflação.
Considerando o efeito retardado da política monetária sobre a atividade, “há uma questão cada vez mais intensa em relação ao custo e ao acesso a empréstimos, o que corre o risco de um pouso mais difícil para a economia americana do que os mercados estão descontando atualmente”, alerta Knightley em relatório a clientes.
Fonte: Valor Econômico
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