A expectativa por parte da consultoria StoneX para a moagem de cana-de-açúcar no Centro-Sul do Brasil passou a totalizar 592,1 milhões de toneladas. De acordo com o relatório divulgado nesta segunda-feira (20), a produção pode representar aumento anual de 6,2%, aproximando-se do recorde produtivo da região, que ocorreu no ciclo 2020/21, quando o setor registrou um processamento de 605,5 milhões de toneladas de cana-de-açúcar.
Em meio aos registros e às expectativas climáticas que apontam para um crescente volume de chuvas na região, estima-se que o ATR médio das lavouras apresente uma retração frente ao estimado para a temporada 2022/23, na ordem de 1,0%, chegando a 139,6 kg/t.
“A queda no parâmetro qualitativo dos canaviais vem em linha com o que tem sido observado na safra 2022/23, uma vez que com condições de precipitação favoráveis ao desenvolvimento das áreas cultivadas, a cana-de-açúcar sofre um menor estresse hídrico, diminuindo assim, o acúmulo de sacarose em seus colmos”, informa a equipe da StoneX
Dessa forma, para o ciclo 2023/24, a safra apresenta, segundo a consultoria, uma tendência de manutenção desse cenário vantajoso para o açúcar, sendo projetado um crescimento no mix açucareiro em relação à safra 2022/23. Entretanto, a maior parte da produção ainda deve ser destinada à destilação do etanol, e, com a retomada da cobrança de impostos a partir de março/23, o álcool tende a recuperar parte da sua competitividade com o fóssil e ter suporte para a retomada da demanda a partir do segundo trimestre de 2023, quando as usinas devem ampliar a oferta do biocombustível.
“Sendo assim, para essa revisão, foi acrescido 0,7 ponto percentual no mix de açúcar em relação ao valor projetado em janeiro/23. Assim, estima-se que 46,7% do volume de biomassa processada deverá ser destinado à produção do adoçante, enquanto 53,3% deverão ser direcionados para a fabricação de etanol”, apontam os responsáveis pelo relatório.
Cana-de-açúcar e etanol
Diante dessas mudanças, envolvendo a precificação dos combustíveis, a consultoria estima um crescimento para o consumo de Ciclo Otto de 1,1% e, considerando uma recuperação da competitividade do etanol, projeta-se um share do hidratado de 26,5% — crescimento de 2,7 pontos percentuais em relação ao valor estimado para o ciclo atual. Todavia, mesmo com a recuperação, a participação de mercado do hidratado deverá permanecer menor no comparativo com a média das últimas cinco safras.
Assim, a partir da atualização dos dados de moagem e mix produtivo, a oferta de açúcar pelo Centro-Sul em 2023/24 deve totalizar 36,8 milhões de toneladas (+7,2%), ao passo que a destilação de etanol de cana-de-açúcar é estimada em 25,8 milhões de m³ (+3,5%). Especificamente, com uma produção de hidratado em 15,6 milhões de m³ – avanço safra-a-safra de 9,8% – enquanto 10,2 milhões de m³ de anidro devem ser ofertados pelas usinas do Centro-Sul (-4,9%).
“Por fim, esperamos que a produção de etanol de milho continue ganhando espaço no mercado de etanol e apresente crescimento anual de 29,5%, totalizando 5,7 milhões de m³, acréscimo de 200 mil m³ em relação ao relatório publicado em janeiro/23”, complementa o time da StoneX.
As novas estimativas por parte da StoneX para moagem de cana-de-açúcar e de produção de etanol no Brasil rendeu pauta para o telejornal ‘Mercado & Companhia’. Especialista em inteligência de mercado para o açúcar e o etanol da consultoria, Filipi Cardoso falou a respeito ao conversar com a jornalista e apresentadora Pryscilla Paiva.
Fonte: Canal Rural
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