Por mais que o setor do agronegócio tente, ele não consegue evitar o “amor” ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Já o Governo Federal, tem compromissos com o MST, sua mais fiel base eleitoral
A relação entre agronegócio e Governo Lula parece aqueles casos de casamentos forçados, onde os noivos, pelas mais diferentes situações, se veêm obrigados a conviverem sob o mesmo teto. Por mais que o setor do agronegócio tente, ele não consegue evitar o “amor” ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Já o Governo Federal, tem compromissos com o MST, sua mais fiel base eleitoral.
E os ânimos foram postos à prova com a confirmação da visita, por parte de Bolsonaro, à Agrishow, a mais importante feira do agronegócio da América Latina, que acontece em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, de 1 a 5 de maio.
Até aí, nada demais. Afinal, o agronegócio compõe o maior eleitorado do ex-presidente. Porém, a visita, no mesmo dia, do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, gerou uma situação no mínimo delicada entre as entidades organizadoras da feira e o Governo Federal.
O presidente da Agrishow, Francisco Maturro, na melhor as intenções, teria ligado para o atual ministro da Agricultura avisando da presença do ex-presidente no mesmo dia. Segundo Fávaro, o recado foi muito bem entendido: ele não era bem vindo na feira naquela data. Maturro teria até sugerido para o ministro mudar a data da sua visita, que seria, a princípio na abertura da feira.
A informação vazou na imprensa. A assessoria da feira a princípio negou, afirmando ser “fake-news”. Mas com a confirmação do “desconvite” por parte de Carlos Fávaro, ficou bem clara a situação, que, é óbvio, colocou os organizadores da feira em uma situação no mínimo delicada.
A comparação da relação do agro x governo com um casamento forçado é muito fiel à realidade. Ambos precisam um do outro: o agronegócio é a força motriz da economia brasileira e o Governo Federal é a fonte dos recursos que financiam a grande maioria da produção do setor, através do BNDES.
A nomeação de Carlos Fávaro, que já havia “mudado de lado” durante a campanha para presidente, foi uma maneira de que o Governo Federal investir em uma boa interlocução com o “lado de lá”. E francamente, Fávaro tem se esforçado para tornar esse casamento forçado uma relação frutífera e boa para as duas partes.
O problema é que os dois cônjuges nesta relação, tem suas paixões extraconjugais.
E o casamento está apenas no início…
Jair Reinaldo dos Santos – Rural News
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