Líder no mercado super premium de alimentos para pets, a PremieRpet fechou contrato para geração de energia limpa nas quatro fábricas da companhia, em São Paulo e no Paraná, e também tem medidas para os pontos S e G da agenda ESG
Uma das principais empresas de comida para pets no Brasil, a PremieRpet é também uma das com agenda ESG mais avançada dentro desse segmento — e, talvez, da indústria brasileira como um todo.
Desde abril, as quatro fábricas da empresa estão sendo 100% abastecidas com energia limpa.
“Somos a primeira indústria pet do Brasil a conseguir esse feito importante na agenda ambiental”, diz Madalena Spinazzola, diretora de planejamento estratégico e marketing corporativo da PremieRpet.
Como funciona a energia limpa
A façanha foi possível após um acordo fechado pela PremieRpet com a Comerc Renew, o braço de geração de energia da Comerc, uma das líderes na compra e venda no chamado mercado livre de energia, onde consumidores podem contratar diretamente de geradores e sem passar pelas concessionárias.
Em função do acordo, a força para movimentar a produção da empresa virá de um complexo de energia solar instalado no município de Castilho, no extremo oeste paulista.
O local foi construído pela Comerc para ser o maior projeto solar do estado de São Paulo, num investimento total de 940 milhões de reais. Alguns dos números da obra:
- Numa área de 690 hectares (algo como 600 campos de futebol) estão mais de 600.000 placas de energia solar, modo popular de chamar os módulos fotovoltaicos.
- Desse total, 120.000 placas serão destinadas a suprir a demanda das fábricas da PremierRpet localizadas em Dourado, no interior paulista, e em Porto Amazonas, no Paraná, que ganhou novas instalações no ano passado a um investimento de 1,1 bilhão de reais.
Também em 2022 a empresa inaugurou uma fábrica de alimentos úmidos para a linha PremieR Gourmet em Dourado (SP).
A energia limpa gerada em Castilho será jogada em linhas de transmissão convencionais e irão abastecer as unidades em Dourado (a 400 quilômetros de distância) e Porto Amazonas (a 700 quilômetros).
Quem é a PremieRpet
O investimento em energia solar é mais uma frente da agenda ESG da PremieRpet, uma empresa fundada em 1995 e pertencente ao grupo Grandfood, cujo controlador é Flávio Maluf, presidente da empresa de tintas Eucatex.
A empresa é dona das marcas Premier e Golden, as duas atuantes no chamado segmento super premium, de tíquete médio mais elevado.
Neste mercado, ela tem 60% de market share dentro do canal especializado, como pet shops e lojas de produtos de agropecuária.
A PremierPet é uma empresa 100% de capital nacional num mercado com forte presença de estrangeiros:
- A americana Mars é dona das marcas Royal Canin, Pedigree e Whiskas
- A Purina, da suíça Nestlé, vende marcas como Dog e Cat Chow.
CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE
Como é o S da agenda ESG
Na parte S da agenda ESG, a empresa fundou em 2013 o Instituto PremieRpet. O Instituto é mantido com uma fatia das vendas da linha PremieR Nutrição Clínica, uma linha de alimentos coadjuvantes para animais em tratamento clínico de algumas doenças prevalentes em cães e gatos.
O Instituto financia a pesquisa científica em bem-estar animal em universidades como a USP. No campus de Pirassununga, a empresa construiu o centro de pesquisa CEPENpet. Além disso, trabalha com apoio a ONGs em frentes como a doação de alimentos a cães resgatados.
Além disso, a empresa mantém uma escola online de gestão para a profissionalização de pequenas e médias redes de pet shops.
“Quase 60% das nossas vendas vêm do pequeno varejo”, diz Spinazzola. “A gente entende que só cresce se essa rede crescer junto.”
Madalena Spinazzola, da PremieRpet: apoio a pet shops, pesquisa científica e energia limpa na agenda da companhia (Divulgação/Divulgação)
Quais são os benefícios
Os investimentos na geração de energia limpa vão resolver uma porção de questões de uma vez só na empresa.
O investimento em Castilho poderá gerar uma economia de 24% em energia ao longo dos próximos 15 anos, conforme o contrato de longo prazo.
“Porém, não foi esse o alvo do investimento”, diz Spinazzola.
“Mas, sim, o atendimento aos valores da empresa na questão da sustentabilidade, em continuidade a outros projetos também pioneiros no segmento, como a certificação LEED.”
Um dos principais selos ambientais, o LEED atesta prédios erguidos (e mantidos) segundo boas práticas de cuidado ao meio ambiente.
É o caso da fábrica de cookies da companhia, em Porto Amazonas (PR) e em funcionamento desde 2016.
Do total de resíduos gerados na construção, 96% foram destinados para reciclagem e não para aterros sanitários.
Além disso, sistemas de economia e reuso da água, com a construção de lagoas de captação de água da chuva que, junto com outras medidas, geram uma economia de até 65% desse recurso natural.
Fonte: Exame
Clique AQUI, entre no grupo de WhatsApp da Visão Agro e receba notícias em tempo real.