Fundador da cátedra de agricultura orgânica na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq-USP), o professor Adilson Paschoal faleceu ontem, 16, acometido por uma miastenia, uma doença hereditária, em Piracicaba (SP). Ele deu aulas na cidade durante décadas como professor titular e professor sênior, até mesmo depois se aposentar, em 1998.
O professor também foi o criador da palavra “agrotóxico”, que se tornou termo corrente na língua e até hoje causa polêmica.
Paschoal nasceu em Casa Branca (SP), em 8 de novembro de 1941. Estudou agronomia na Esalq e desenvolveu uma sólida carreira acadêmica, obtendo títulos de doutorado, pós-doutorado e livre-docência.
Nos anos 1970, Paschoal estudou nos Estados Unidos, onde obteve um doutorado em zoologia, especialização em ecologia e conservação de recursos naturais pela Ohio State University. Durante a estadia no país, ele estudou e viu a disseminação das técnicas da chamada Revolução Verde, da qual discordava.
O professor foi membro do grupo pioneiro da agroecologia no Brasil, quando a “disciplina” ainda era chamada de “agricultura alternativa”, e foi um dos fundadores da Associação de Agricultura Orgânica (AA). O professor compartilhou, com entusiasmo, os conhecimentos da agrônoma austríaca Ana Maria Primavesi, responsável por uma revolução no entendimento da vida do solo.
Em 1979, Paschoal publicou um artigo em que, pela primeira vez, definia a palavra agrotóxico para ser aplicada a herbicidas e praguicidas, conceito que seria expandido em seu livro do mesmo ano intitulado Pragas, praguicidas e a crise ambiental, obra de referência para os estudos da agroecologia.
O velório será realizado hoje, 17, das 9h às 13h15, no Memorial Metropolitano de Piracicaba, seguindo o féretro às 13h30 para a realização da cerimônia de homenagem póstuma. Procedimentos de cremação serão realizados posteriormente.
“Neste momento de tristeza e dor, manifestamos nossas condolências aos familiares e amigos”, comunicou a Esalq, em nota.
Fonte: Agência Estado
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