CEO da companhia detalha o uso de insumos biológicos para reduzir gastos e emissões
Em 2019, a recém-rebatizada BP Bioenergy tinha 193 mil hectares de canaviais tratados com protetores biológicos. Em 2025, os usos de uma série de bioinsumos devem corresponder a 3,35 milhões de hectares.
Considerando o resultado consolidado até 2024, a companhia relata que ampliou a área beneficiada em nove vezes em comparação com 2019. No total, 1,95 milhão de hectares receberam protetores biológicos, sendo que 757 mil hectares também tiveram aplicação de inoculantes e 207 mil hectares, de biofertilizantes.
“A adoção da biotecnologia é cada vez mais intensa e um caminho sem volta”, disse o CEO da companhia, Geovane Consul, durante a 24ª edição da Conferência Internacional Datagro sobre açúcar e etanol. “Não dependemos da importação de insumos caros, do dólar ou de fazer hedge de posição de fertilizantes – o que é algo difícil para a nossa indústria e depende não só do Brasil, mas também do mercado externo”.
Consul completa que, há cinco anos, o consumo de fertilizantes da BP Bioenergy era de 220 mil toneladas por safra. Nesse ano, antes das queimadas, a intenção era usar 80 mil toneladas de fertilizantes químicos, com o restante sendo produzido in loco ou comprado dos seus fornecedores de bioinsumos.
“Entendemos que isso vai continuar. Para as grandes dificuldades dos solos brasileiros, como o fósforo, já existem solubilizadores, tirando a necessidade de depender de um produto importado e caro”, detalha o CEO.
“Estamos investindo pesado em tecnologia e em aumento de produtividade, pois sem isso não teremos o retorno de capital investido que os acionistas esperam”, Geovane Consul (BP Bioenergy)
Consul relata que a produtividade dos canaviais da companhia está aumentando e que eles estão mais longevos, mantendo bons resultados mesmo após quatro anos. Agora, segundo ele, a intenção é ampliar ainda mais estes resultados com a irrigação e, principalmente, os bioinsumos.
“Temos a missão de demonstrar para a sociedade que uma usina, com a tecnologia atual, é provavelmente uma das cadeias de valor mais sustentáveis dentre todos os setores que eu já conheci na minha carreira”, complementa.
O executivo ainda destaca que, antes, a busca era por canaviais mais jovens, porém, a visão mudou e a companhia passou a buscar um cultivo mais longevo e produtivo. “Geraremos novas fontes de recursos, como venda de carbono, que é algo que a indústria e o país devem investir bastante”, completa, referindo-se também à possibilidade de um mercado voluntário.
Outra aliada da indústria é a tecnologia de análise de informações. O executivo explica que uma usina gera muitos dados e que nem sempre eles são aproveitados para extrair o máximo de rendimento das operações. “Investimos R$ 60 bilhões para fazer as conexões de 1 milhão de hectares das nossas usinas”, relata Consul.
Ele detalha que, com isso, há redução de gastos logísticos, sendo possível fazer a leitura de condições de motores e saber quanto está sendo transportado e colhido. Futuramente, um sistema de inteligência artificial deverá ligar informações sobre os tratos usados nos talhões, assim como as variedades plantadas e a qualidade dos solos com a produtividade para otimização do plantio.
“Tínhamos 240 colhedores há alguns anos. Hoje temos 124 colhedoras e 16 em manutenção constante, devido à conexão no campo e à possibilidade de monitoramento da condição de cada um dos equipamentos que despachamos para campo”, complementa.
Por: Gabrielle Rumor Koster Fonte: NovaCana
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