Linhagem de feijão pode reduzir uso de fertilizantes

O estudo avaliou 19 linhagens de feijão em cinco localidades

Segundo o divulgado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), pesquisadores de Goiás e Mato Grosso identificaram quatro linhagens de feijão carioca com alto potencial para Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN). O estudo faz parte do programa de melhoramento da Embrapa e visa o desenvolvimento de cultivares mais eficientes e sustentáveis. A descoberta pode reduzir a dependência de fertilizantes nitrogenados, promovendo maior sustentabilidade na agricultura.

As linhagens CNFC 15086, BRS Sublime, CNFC 15010 e CNFC 15003 foram selecionadas por apresentarem alto índice de nodulação nas raízes, fator essencial para a FBN. Esse processo ocorre quando microrganismos do solo, como rizóbios, convertem o nitrogênio atmosférico em amônia, nutrindo as plantas sem necessidade de adubos químicos.

O estudo avaliou 19 linhagens de feijão em cinco localidades: Anápolis e Santo Antônio de Goiás (GO), Tangará da Serra (MT), Ponta Grossa (PR) e Brasília (DF). A pesquisa foi conduzida ao longo de dois anos, considerando três safras anuais (águas, seca e inverno).

As análises incluíram experimentos comparando adubação nitrogenada com a inoculação de sementes com rizóbios, demonstrando que as linhagens selecionadas possuem alto potencial para substituir parcial ou completamente os fertilizantes químicos.

“A Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN) é considerada uma das técnicas sustentáveis relacionadas à agricultura de baixo carbono. A tecnologia recorre a bactérias que retiram o nitrogênio da atmosfera e o disponibilizam para a planta. Não causa impacto negativo na qualidade do solo, da água e do ar, ao contrário dos fertilizantes convencionais, que podem, por exemplo, aumentar a pegada de carbono pela emissão de gases de efeito estufa”, conforme explica a Embrapa.

A pesquisa é fruto de uma parceria entre Embrapa, IF Goiano, UFG e Empaer, reforçando o papel da ciência na inovação agrícola e na busca por alternativas mais sustentáveis e economicamente viáveis.

Fonte: Agrolink

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