A Adecoagro, grupo sucroenergético com três usinas no Brasil, duas em Mato Grosso do Sul e uma em Minas Gerais, vem ampliando a participação das mulheres dentro do seu quadro de colaboradores. Nos últimos cinco anos, a participação delas na companhia cresceu 37%. Do total de mulheres, o qual companhia não revelou o número exato, 24% estão na área administrativa, 64% na área agrícola e 8% na indústria.
“Desde sua criação, a Adecoagro acredita que homens e mulheres devem ter as mesmas oportunidades e nosso processo de seleção é toda alicerçado em competências, buscamos sempre o melhor profissional para a posição. Estamos caminhando na jornada de diversidade, aprendendo diariamente. Temos o Multi — Programa de Inclusão Adecoagro e na estrutura de Gente & Gestão, criamos um processo de Diversidade, dentro da área de Saúde e Bem-Estar, Diversidade e Cidadania Corporativa para contribuir com o avanço das pautas de diversidade na empresa”, afirma Franciene Cristina da Silva, Gerente de Saúde e Bem-Estar, Diversidade e Cidadania Corporativa da Adecoagro.
No ano de 2019, a empresa foi mais uma companhia sucroenergética que assinou o Termo de Compromisso com os Princípios de Empoderamentos das Mulheres com a ONU Mulheres e desde então, amplia as ações em prol da equidade de gênero.
“Fizemos um diagnóstico de como podemos tornar a nossa empresa mais inclusiva para as mulheres em 2021 e desde então, temos investido muito na capacitação de lideranças, comunicação inclusiva, dentro e fora da empresa. Foram realizadas mudanças simples, mas que surtem muito efeito, por exemplo, as vagas são anunciadas para homens e mulheres, técnico e técnica, mecânico e mecânica etc”, afirma Franciene.
Segundo a companhia, um dos desafios é conseguir preencher vagas com candidatas mulheres em funções especializadas, sobretudo nas regiões onde atuam, que têm um componente cultural muito forte: a atribuição de responsabilidade para as mulheres nos cuidados com filhos e atividades domésticas e aliado a isso, a ausência de políticas públicas que atendam mulheres que trabalham em turnos. “Mesmo com esses obstáculos, temos mais de 200 colaboradoras atuando em turnos noturnos”, disse Franciene.
Inclusive, as operações com tratores e colhedoras tem tido uma procura maior por parte das mulheres, tanto para vagas externas, quanto em vagas internas. “As mulheres que atuam nessas posições têm muito orgulho da profissão que escolheram e inspiram outras mulheres de que também são capazes”, destaca Franciene .
Cristiane Lopes dos Santos, supervisora de Controle de Qualidade da unidade de Ivinhema, é formada em Engenharia Química e, desde sua graduação conviveu com poucas mulheres. “Minha turma era composta por apenas 6 mulheres num total de 35 pessoas, inclusive o corpo docente era constituído nesta mesma proporção. Tive as mesmas oportunidades de estágios e entrevistas de emprego que os demais, creio que seja porque nunca me considerei diferente por vocação e capacidade, conceito este construído na minha base familiar”, conta à RPAnews.
Enquanto cursava a Engenharia, Cristiane teve a oportunidade de exercer trabalho voluntário no aspecto da desigualdade de gênero e no atendimento em educação especial, onde muitas pessoas conseguiram o suporte para ingresso/conclusão do 3ª grau e inclusão no mercado de trabalho.
“Tenho muita convicção de que a oportunidade neste centro de atendimento me ajudou a construir um alicerce profissional com valores mais justos quanto a diversidade”, destaca.
Ao ingressar no mercado de trabalho, a situação foi similar, afinal não era tão comum mulher em cargo de gestão na indústria do setor sucroenergético. Na Adecoagro, Cristiane foi a primeira gestora da área industrial no Mato Grosso do Sul.
“Uso a qualificação profissional contínua como uma das ferramentas para alcançar os meus objetivos, de forma a facilitar o meu dia a dia nas diferentes áreas da empresa. Tive muitos desafios, porém nenhum impossível. Tenho muito orgulho das conquistas e principalmente de cada obstáculo vencido, afinal foi com cada um deles que pude me fortalecer como pessoa, profissional e mulher. Acredito que o gênero não define o potencial e empenho nas atividades laborais e pessoais, o que me move é o prazer em trabalhar no que de fato gosto e estar em sintonia com os valores e objetivos da empresa”, afirma.
Oportunidades, desenvolvimento e respeito
Quanto mais diversa for a empresa, mais ideias, possibilidades de resolução de conflitos e resultados podem acontecer. Uma empresa que cresce e é diversa, aumenta as possibilidades de desafios para todos. Por isso, a Adecoagro pretende investir em ações estruturantes que capacitem as lideranças na promoção da igualdade de oportunidades, respeito, proteção a violências e empoderamento das mulheres.
“Nos mantemos firmes no propósito de oferecer oportunidades, desenvolvimento, respeito e apoio às causas que tornem o mundo melhor para as mulheres, homens e todas as pessoas e suas múltiplas diferenças”, disse a Gerente de Saúde e Bem-Estar, Diversidade e Cidadania Corporativa da Adecoagro.
Hoje a companhia tem um Programa de Atendimento ao Colaborador e à Colaboradora, que avalia as dificuldades de cada um e traça um plano de intervenção individualizado. Também está aprimorando suas práticas no que diz respeito ao suporte da mulher após a gestação e colaboradoras com filhos.
“As usinas têm se reposicionado com relação a diversidade. No nosso caso, atuamos com o Multi — Programa de Inclusão Adecoagro como estratégia de transformação da cultura organizacional, mas a mudança leva tempo, alinhamento de conceitos e muito debate. O crescimento do número de mulheres na operação está ancorado com os compromissos que temos de oferecer um ambiente de trabalho que respeite as diferenças e ofereça oportunidades de desenvolvimento”, adiciona Franciene.
No que diz respeito a enfrentamento de violências, a companhia disponibiliza um canal de relatos anônimos, que funciona 24 horas por dia e 7 dias por semana, e o Programa Proteger, que tem ações intramuros e extramuros o ano todo, com o objetivo de engajar colaboradores e partes interessadas pelo fim do abuso e da exploração sexual de crianças e adolescentes, da violência contra as mulheres e do assédio sexual ou moral dentro da empresa e nas comunidades.
E no ano de 2021, o Programa Proteger aderiu a mais uma causa, o combate ao Trabalho Infantil. “O Programa Proteger é um catalisador e propulsor das ações de prevenção e combate a quaisquer formas de violação de direitos. Através de ações de capacitação, sensibilização e facilitação de acesso a informações, estamos exercendo nosso papel na sociedade como agentes de mudança e trabalhamos para que nossos colaboradores e colaboradoras sejam multiplicadores na empresa, na sua família e na sua comunidade de comportamentos mais humanos e protetores. Nos anos de 2021 e 2022, fomos reconhecidos como Empresa Amiga da Mulher pelo Governo do Estado de Mato Grosso do Sul”, explica a Gerente de Saúde e Bem-Estar, Diversidade e Cidadania Corporativa da Adecoagro.
Fonte: RPA News
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