Em maio, compras externas superam em 58% as de igual mês de 2021.
As indústrias de fertilizantes reagiram rápido diante da redução da oferta e das dificuldades mundiais na compra do produto neste ano.
O volume do mês passado, ao somar 4,1 milhões de toneladas, foi recorde para esse período do ano e superou em 58% o de igual mês de 2021.
Para suprir a necessidade interna, o Brasil buscou esse insumo em 44 países. Em 21 deles, o volume importado de cada um superou 40 mil toneladas.
Em todos os principais fornecedores houve um aumento muito grande das compras brasileiras. A Rússia liderou a oferta em maio, exportando 1,07 milhão de toneladas, 77% a mais do que em igual período do ano anterior. Nos cinco primeiros meses, as importações da Rússia pelo Brasil já somam 3,48 milhões de toneladas, no valor de US$ 2,5 bilhões.
Assim como ocorreu no mercado da Rússia, as importações do Canadá, Marrocos e Estados Unidos tiveram elevações superiores a 60%. Até a Venezuela passou a fornecer mais ao Brasil.
Ao aumentar o volume importado nestes cinco primeiros meses, o país diminui a pressão das compras no segundo semestre. Ao somar 15,2 milhões de toneladas de janeiro a maio, as indústrias já trouxeram para o país um volume próximo ao do primeiro semestre de 2021.
No segundo semestre do ano passado foram importados 24,9 milhões de toneladas. O volume deste ano para o segundo semestre não deverá ser muito diferente.
Além das antecipações de compra do início do ano, a área das lavouras não terá ritmo tão acelerado como nos anos recentes, e os produtores, devido aos preços elevados, deverão reduzir a demanda por esse insumo.
A China, que vem reduzindo a oferta de adubo para o Brasil nos dois últimos meses, exportou 1,9 milhão de toneladas de janeiro a maio, um volume 19% acima do de igual período do ano passado.
Os russos, apesar do aumento em maio, entregaram apenas 6% a mais de fertilizantes para as indústrias brasileiras neste ano.
Segundo informações de analistas internacionais, as exportações russas mundiais de fertilizantes caíram 24% neste ano, devido à guerra com a Ucrânia.
Fonte: Folha de S.Paulo