Expectativa é que usinas da região Centro-Sul produzam 41,6 mi de toneladas de açúcar em 2024
As usinas de açúcar e etanol do Brasil devem aumentar a produção no próximo ano, com a retomada de empresas que saíram da crise, enquanto outras companhias investem em operações, segundo previsão da BP Bunge Bioenergia.
A empresa, uma joint venture sucroalcooleira entre a petrolífera BP e a trading de commodities agrícolas Bunge, projeta que as usinas da região Centro-Sul produzam 41,6 milhões de toneladas de açúcar em 2024, disse Ricardo Carvalho, diretor comercial, em entrevista ao veículo Bloomberg News. Número que representa um aumento de 1,7% em relação ao ano-safra atual, nível de produção que deve ser recorde.
O aumento de até 2 milhões de toneladas de capacidade de processamento de açúcar no próximo ano ocorre no momento em que várias usinas retomam ou aumentam as operações. As empresas atravessaram um longo período de dificuldades financeiras devido às políticas federais de controle da inflação que prejudicaram o setor há cerca de uma década.
Os fortes preços do açúcar também desencadearam uma nova onda de investimentos.
As destilarias de etanol estão aumentando a produção de açúcar, investiram para resolver gargalos e as usinas ociosas estão retomando as atividades, disse Tomás Cardoso, diretor de estratégia, desenvolvimento de negócios e inovação da BP Bunge Bioenergia.
Algumas usinas que faliram venderam equipamentos antigos que foram remontados e reiniciados, acrescentou.
O aumento esperado na produção de açúcar ocorre mesmo que seja improvável que o Brasil veja uma repetição da elevada produtividade no campo neste ano, alimentada por condições climáticas favoráveis.
A BP Bunge prevê que as usinas cortarão 612 milhões de toneladas de cana no próximo ano, 24 milhões a menos que no ano atual, mas acabarão produzindo mais açúcar conforme os gargalos anteriores diminuam. A moagem de cana-de-açúcar provavelmente começará mais cedo do que o normal, com as usinas começando em março, e não em abril, disse Carvalho.
O mundo está cada vez mais dependente do açúcar brasileiro para satisfazer a demanda global, em um contexto de fracas perspectivas para as colheitas na Índia e na Tailândia. Os futuros de açúcar negociados em Nova York caminham para o quinto ano consecutivo de alta, no que seria a sequência mais longa desde o período de cinco anos que terminou em 1989.
Fonte: Bloomberg
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