Mesmo com perfil climático atípico para o cereal, expectativa é de crescimento do plantio no estado
Os detalhes da cultura do trigo no oeste foram discutidos durante o 3º Encontro do Trigo, realizado na última semana em Luis Eduardo Magalhães (BA).
O cereal é visto como alternativa viável durante a entressafra de outras culturas como a soja e o algodão no oeste do estado.
Novas tecnologias, desenvolvimento de técnicas aprimoradas de manejo do trigo, qualidade e ameaças por doenças como a brusone, que pode afetar a saúde da planta, fazem parte foram temas abordados entre produtores, consultores e pesquisadores da região.
Zirlene Pinheiro, vice-presidente da Fundação Bahia, disse que existe a possibilidade da região desenvolver um grão de alta qualidade na entressafra.
“A fundação comprova através da pesquisa a possibilidade de trigo de altíssima qualidade, então, tecnicamente, a produção é viável e a gente tá levando essa resposta para o produtor que vai estudar a viabilidade econômica”, afirma.
Resistência
De acordo com Sidney Pellenz, supervisor de campo da fundação, o clima seco do cerrado é um dos fatores que colabora para o desenvolvimento da cultura.
“Por conta de estarmos próximos da linha do equador, então a questão de graus/dia na cultura do trigo ela bem favorecida aqui na região, tanto quanto a qualidade do grão a gente consegue um peso de hectolitro superior a outras regiões”, disse.
Para Paulo Kuhnem, fitopatologista, existem mais variedades adaptadas para o clima do cerrado baiano e que a instituição garante o acesso a essas informações de controle da saúde da planta.
“O produtor ou consultor ele também pode ter acesso a essa informação, como para a resistência para brusone na folha e na espiga e aliar isso a um manejo químico eficiente”, disse.
Segundo último boletim da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a estimativa de crescimento da cultura do trigo no Brasil é de 11% em área semeada e 10,4 milhões de toneladas.
Crescimento de 50%
De acordo com Pedro Mattana, engenheiro agrônomo da Fundação Bahia, na safra 2023, a estimativa da área cultivada de trigo irrigado no oeste é de cerca de 15 mil a 20 mil hectares, aproximadamente 50% maior em comparação com o ano passado.
“A expectativa é que o trigo deve crescer o ano que vem mais um pouco e talvez atingindo, talvez 30 mil hectares”, afirma.
O aumento da produtividade é um benefício atestado por produtores de soja e milho como. Jarbas Bergamaschi, produtor rural, comenta que a produtividade em relação ao pós o plantio de trigo em outras culturas são mais rentáveis, principalmente se utilizado no período de entressafra.
“Têm também a questão no manejo de ervas daninhas, então o trigo também ajuda nessa situação, ele controla mais as ervas daninhas nas culturas pós trigo”, comenta.
FONTE:Canal Rural Bahia
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