Bloqueio de recursos afeta financiamentos para a compra de tratores e colheitadeiras e pode comprometer produtividade, safras futuras e programas para baixa emissão de carbono; instituição alega alta demanda
A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (FAESP) está fazendo gestões junto ao governo federal para garantir que os recursos do Plano Safra cheguem aos produtores paulistas. A Federação está preocupada, por exemplo, com a suspensão das linhas de crédito para pequenos produtores do Pronaf no BNDES para a compra de tratores e colheitadeiras, com juros de 6% ao ano, “em razão do nível de comprometimento dos recursos disponíveis no programa” .
“Os produtores dependem não somente de recursos imediatos, para a atual safra, mas também para realizar investimentos estratégicos que vão dar resultados nos próximos ciclos. A falta de acesso ao financiamento hoje pode comprometer investimentos e safras futuras. Por isso, estamos buscando dialogar com as instituições responsáveis para garantir estes financiamentos”, afirma o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (FAESP), Fábio de Salles Meirelles. Também estão suspensas linhas de crédito de custeio e de investimento do Pronamp, para a média agricultura, além das linhas de investimento do Programa ABC, PCA Armazéns, Inovagro e Moderfrota.
O gerente do Departamento Econômico da FAESP, Cláudio Brisolara, lembra que estes recursos possuem taxas de juros menores do que as praticadas pelo mercado financeiro — em média de 13,5% ao ano. “O custo financeiro e o custo total de produção certamente vai aumentar caso os produtores busquem outras alternativas de financiamento no sistema bancário para realizarem seus investimentos”.
Ele ressaltou que investimentos em máquinas são estratégicos para manter a produtividade das propriedades rurais. “Se o produtor postergar a compra de novos equipamentos, a produtividade poderá ser afetada.” lembra ele. Outra linha suspensa é o Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA), outro investimento considerado estratégico.
Brisolara destacou ainda a importância dos investimentos em programas para baixa emissão de carbono, que podem ser comprometidos pela falta de recursos do BNDES. “Investimentos em eficiência energética, como a energia solar, são fundamentais para aumentar a sustentabilidade das propriedades, além de contribuir para reduzir custos”.
Do início de julho ao dia 19 de outubro, o BNDES aprovou a liberação de R$ 17,6 bilhões para 66 mil beneficiários. De acordo com a instituição, “o comprometimento acelerado dos recursos decorre da forte demanda por crédito do setor agropecuário”. O banco de fomento alegou ainda necessidade de “compliance com seus controles e práticas bancárias”.
Fonte: Faesp
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