Sustentabilidade, proteção ao meio ambiente e geração de energia limpa.
Nunca se ouviu tanto falar nestas questões, principalmente depois do visível aquecimento do planeta, que é sentido na pele.
Para driblar essas mazelas, ou até mesmo amenizá-las, Mato Grosso do Sul iniciou a diversificação nos modelos de geração de energia, priorizando processos que não agridem o meio ambiente.
Um deles é a biomassa de bagaço de cana-de-açúcar.
Em doze anos, a entrega da bioeletricidade — ou energia limpa, ou energia de biomassa — cresceu 365%.
De 2009 a 2021, por exemplo, a entrega de bioeletricidade a partir da cana-de-açúcar por Mato Grosso do Sul saltou 631 mil Megawatt por hora (MWh), para 2,3 milhões MWh.
Os números são da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), compilados pela Associação de Bioprodutores de Mato Grosso do Sul (Biosul).
Ivinhema, Angélica, Rio Brilhante, Caarapó, Ponta Porã, Chapadão do Sul e Sonora são alguns dos principais produtores da energia que utiliza a palha e bagaço de cana-de-açúcar.
Segundo Amaury Pekelman, presidente do Conselho Deliberativo da Biosul, trata-se de uma fonte de energia limpa e renovável que proporciona segurança energética e contribui para a redução das emissões de gases que causam o efeito estufa.
Essa bioletricidade capitaneada pela Biosul é a energia elétrica gerada a partir da biomassa, matéria orgânica de origem vegetal.
Tanto o bagaço, quanto a palha da cana-de-açúcar, são dois subprodutos reutilizados para essa finalidade nas indústrias sucroenergéticas.
Em todo o Estado, as 17 unidades sucroenergéticas em operação cogeram bioeletricidade para o seu consumo próprio.
Dessas, 11 unidades — ou 64% delas – exportam o excedente para o Sistema Interligado Nacional (SIN), que é responsável pela rede de distribuição de energia em todo o país.
Hoje, Mato Grosso do Sul é o 4º maior exportador de bioeletricidade para o SIN.
De acordo com Amaury Pekelman, a cogeração de bioeletricidade tem se destacado cada vez mais pela sua potencialidade em termos de sustentabilidade.
“A bioeletricidade gerada a partir da biomassa da cana traz ganhos ambientais e econômicos. Se trata de uma fonte de energia limpa e renovável que proporciona segurança energética e contribui para a redução das emissões de gases que causam o efeito estufa, reforçando a participação das usinas que operam no Estado em programas como o RenovaBio”, ressalta.
Ao mesmo tempo, a energia vinda da biomassa da cana-de-açúcar também é um estímulo à geração de emprego e novos investimentos na indústria.
Sua importância na matriz energética do país se dá principalmente pela complementariedade à energia hidrelétrica, como alternativa no período de pouca chuva.
Além disso, pode se destacar a economia com estrutura de transmissão uma vez que as usinas se localizam próximas aos centros consumidores.
Confira os números do setor em Mato Grosso do Sul
Safra 2021/2022:
* 41 milhões de toneladas de cana-de-açúcar
* 1,3 milhão de toneladas de açúcar
* 2,4 bilhões de litros de etanol
* Mix de produção: 75% para etanol e 25% par açúcar
Ranking Nacional:
* 4º maior produtor de cana-de-açúcar
* 5º maior produtor de etanol
* 5º maior produtor de açúcar
* 4º maior exportador de bioeletricidade para o SIN
Perfil de produção:
* 17 unidades em operação
* Todas são produtoras de etanol hidratado.
* 11 produtoras de anidro
* 10 produtoras de açúcar.
* 10 produtoras açúcar VHP.
* 03 produtoras açúcar cristal.
* 02 produtoras açúcar refinado.
* Todas cogeram bioeletricidade, 11 exportam o excedente para a rede nacional de energia elétrica.
Área:
* 84% das lavouras de cana-de-açúcar estão concentradas no cone sul do Estado;
* 650 mil hectares colhidas;
* 800 mil hectares plantadas;
* Expansão sem necessidade de desmatamento.
Emprego:
* Uma das maiores massa salarial da indústria com R$ 834 milhões (Caged/Biosul/2021);
* 30 mil empregos diretos gerados em MS;
* R$ 3.149,73 – Melhor média salarial na indústria (+ de 10 mil funcionário);
* R$ 3.032,35 – Maior média salarial na agricultura (+ de 3 mil funcionários).
Fonte: Correio do Estado