Um relatório elaborado pela Agência Internacional de Energias Renováveis (Irena, na sigla em inglês) aponta que, apesar dos compromissos assumidos na COP28 e de novas iniciativas tanto do G20 quanto do G7, ainda há passos significativos a serem dados para a transição energética entrar em ritmo ideal. A capacidade renovável precisa triplicar e a eficiência energética dobrar até 2030 para alinhar o sistema energético com as metas climáticas.
A publicação, divulgada durante a Conferência do Clima da ONU COP29 e intitulada World Energy Transitions Outlook, aponta que, para cumprir as metas de 2030 e 2050, será necessário um aumento anual dos investimentos em energias renováveis, redes e flexibilidade, eficiência energética e conservação de US$ 1,29 trilhão em 2023 para US$ 4,5 trilhões anuais entre 2024 e 2030.
Como principais emissores, os países do G20 são fundamentais na transição. O relatório sinaliza que, para alcançar as metas, as nações deverão triplicar sua capacidade renovável até 2030, em um aumento de aproximadamente 9.400 GW e eletrificação de 32% da demanda final de energia.
A maior parte do financiamento atual está concentrada em poucos países, como China e Estados Unidos, enquanto regiões como a África enfrentam desafios para atrair investimentos. A publicação critica essa desigualdade e defende que o financiamento internacional, a colaboração e a política tributária global podem ajudar a apoiar uma transição justa, especialmente nos países do Sul Global.
A instituição entende a eletrificação e a eficiência como principais motores da transição energética, enfatizando a necessidade de atualizações nas redes elétricas e incentivos para tecnologias de flexibilidade. O uso de hidrogênio verde, captura de carbono e tecnologias de armazenamento de longa duração são essenciais para descarbonizar setores onde a eletrificação direta é difícil.
O documento reforça, ainda, desafios substanciais para cumprir as metas, mas mantém a posição de que é possível alcançá-las até 2050 com modernização de políticas, maior regulamentação e investimento em capacitação profissional e estruturas institucionais. Esses pilares podem ajudar a superar obstáculos como a falta de infraestrutura para integração de energias renováveis, sistemas regulatórios obsoletos e deficiências na formação de mão de obra.
Por: Luana Simões Fonte: Agência Estado
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