O presidente Luiz Inácio Lula da Silva planeja nomear mais mulheres para outras vagas em cortes, como o Superior Tribunal de Justiça (STJ) e tribunais regionais, na tentativa de compensar a provável escolha de um homem para uma cadeira no Supremo Tribunal Federal (STF), em setembro. Nessa terça-feira (29), o presidente assinou a nomeação de Daniela Teixeira para o STJ. Ela integrava a lista tríplice de advogados enviada ao Palácio do Planalto.
Apesar da pressão da primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, para que Lula indique uma mulher ao Supremo, a disputa está hoje entre dois homens: o ministro-chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, e o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas.
Até agora, Lula não encontrou uma mulher de sua confiança para ocupar a vaga da presidente do STF, Rosa Weber, que se aposentará compulsoriamente no fim do mês que vem, pouco antes de completar 75 anos, em outubro. A posse de Luís Roberto Barroso no comando do Supremo está marcada para 28 de setembro.
Nos bastidores, o presidente vem dizendo que quer na Corte alguém com quem possa ter a liberdade de “trocar ideias”. Em um passado não muito distante, o então presidente Jair Bolsonaro, hoje inelegível, foi muito criticado após afirmar que queria para o Supremo alguém com quem pudesse tomar “tubaína”.
Agora, nem mesmo queixas da esquerda à escolha de Cristiano Zanin fizeram Lula mudar de opinião sobre a necessidade de indicar um nome com quem tenha proximidade.
Mesmo diante de uma campanha promovida pela esquerda para indicação de uma mulher ao Supremo nos últimos meses, Lula não dá sinais de que a pressão surtirá efeito. O presidente já deixou claro que o critério mais importante no processo de escolha são os níveis de confiança e acesso que ele terá com o futuro ministro. Até agora, ele não demonstrou ver uma mulher que preencha tais requisitos.
Antes da viagem para a África na semana passada, Lula questionou o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), e o prefeito do Rio, Eduardo Paes, sobre o que pensam a respeito de Bruno Dantas. O ministro do TCU tem como um dos principais padrinhos, inclusive, o senador Renan Calheiros (MDB-AL), principal adversário de Lira em Alagoas.
Fonte: Estadão
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